São Paulo, domingo, 18 de outubro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL S/A


Regra mantida
Pesquisa realizada pelo Bicbanco mostra que 56,8% das empresas não esperam mudanças na política cambial brasileira. Foram ouvidas 291 empresas.

Injeção na veia
As empresas que não esperam mudanças no câmbio consideram que o governo, para melhorar o comportamento da balança comercial, deve subsidiar as exportações (50%), instituir cotas para importações (27,8%) ou elevar as tarifas de importação (22,2%).

Pé no acelerador
Segundo a pesquisa, a maioria (48%) das empresas que apostam em mudanças no câmbio acredita que será aumentado o ritmo das desvalorizações; 39,8%, que será alargada a banda cambial; e 12,2%, que haverá desvalorização formal.

Curto prazo
As empresas que apostam em mudanças no câmbio acreditam que a alteração será feita ainda neste ano (50,4%), contra 39,8% que esperam que ela só ocorra no primeiro trimestre de 99.

Esperando um truque
Na opinião de analista, o governo vai precisar tirar um novo coelho da cartola: ou faz um ajuste fiscal maior do que o previsto, ou arranja mais dinheiro no exterior. Caso contrário, as contas não fecham.

Dilema dos juros
É que, segundo ele, mantido o regime cambial, conseguido um superávit primário (receitas menos despesas, excluídos os juros) de 2,5% do PIB e um empréstimo internacional da ordem de US$ 30 bilhões, os juros continuariam elevados (20% a 25% ao ano) e o déficit nominal ficaria em torno de 6% -o que o mercado não aceitaria.

É vencer ou...
Para analistas, não há mais possibilidade de empate no jogo das expectativas: ou o ajuste fiscal do governo convence, e ele ganha o jogo, ou não convence, e as saídas de recursos do país vão aumentar.

Quinhão maior
A participação do crédito bancário no passivo (total das dívidas) das empresas aumentou durante o Plano Real, segundo levantamento feito pela Austin Asis com base nos balanços de 157 empresas de capital aberto. Ela atingiu 19,05% em julho deste ano, contra 16,11% em julho de 93.

Uma no cravo....
No mesmo período, as despesas financeiras das empresas, em comparação com o faturamento, pulou de 5,51% em julho de 95 para 9,55% em julho de 98.

...outra na ferradura
Mas há um dado positivo, segundo a Austin Asis. É que as empresas também viram aumentar o ganho financeiro no período -que passou de 3,35% em 93 para 7,21% em 98.

A conferir
Agências internacionais informam que o Banco Garantia era um dos investidores do Long Term Capital Management -o fundo que sofreu intervenção do Fed (o banco central dos EUA).

Na contramão
O Banco Boavista comemora: recebeu "upgrade" de suas notas por duas agências de "rating", a Atlantic Rating e a Fitch IBCA.

Em expansão
As exportações vinculadas ao Proex atingiram US$ 23,6 bilhões no período de janeiro a setembro deste ano, com incremento de 342% em relação ao mesmo período do ano passado. O número de empresas participantes do programa saltou de 233 em 97 para 453.

O pior já passou
O pico dos vencimentos da dívida interna do governo federal já passou "com pequenos incidentes", diz o JP Morgan. A média de vencimentos, de cerca de R$ 13,6 bilhões por semana desde setembro, cai, a partir desta semana, para algo em torno de R$ 8 bilhões.

Na ponta do lápis
O Tesouro, diz o JP Morgan, conseguiu rolar a maior parte de sua dívida. Já o Banco Central deixou vencer R$ 30 bilhões -metade corresponde à queda das reservas internacionais, segundo o banco.

Sinal dos tempos
Com a crise financeira internacional, "o mundo vai se tornar mais conservador e a alavancagem vai se reduzir", diz o presidente do Deustche Bank, Roger Karam.

E-mail: painelsa@uol.com.br



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.