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Banco diz ter visado controle do conselho
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O vice-presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Darc Costa, afirmou à Folha
que o banco comprou a participação do clube de investimentos Investvale na Valepar para
garantir ao governo a maioria
de representantes no conselho
de administração da Vale do
Rio Doce.
De acordo com Darc Costa,
dos 11 membros do conselho, o
governo tinha cinco representantes: quatro da Previ, o fundo
de pensão dos funcionários do
Banco do Brasil, e um do próprio BNDES, que já possuía
uma vaga como maior minoritário. Com a compra da participação da Investvale, o BNDES
terá direito a mais um assento,
que será a sexta vaga, para formar a maioria no conselho.
Segundo Darc Costa, o governo precisava dessa maioria no
conselho da Vale para ter participação nas decisões estratégicas da empresa. "A Vale, como
uma das maiores empresas do
país, tem outras obrigações
além de exportar minério", diz
Darc Costa.
O vice-presidente do BNDES
cita, entre essas obrigações da
Vale, a de contribuir na reestruturação de alguns setores da
economia, como na siderurgia
e na metalurgia de metais não-ferrosos.
Volume
Darc Costa explicou que o
BNDES pagou um preço maior
por ação na Valepar do que a
japonesa Mitsui por ter comprado um volume bem menor.
O BNDES desembolsou US$
500 milhões, enquanto a Mitsui
gastou US$ 830 milhões. Para
Darc, o volume fez a diferença,
nesse caso.
Em setembro, a Mitsui comprou por US$ 830 milhões uma
participação de cerca de 18%
das ações ordinárias da Valepar, a controladora da Vale do
Rio Doce. As ações pertenciam
à Bradespar, empresa de participações do Bradesco que dividia o controle da Vale com a
Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil.
De acordo com Darc Costa, a
Mitsui, apesar de ter gasto bem
mais, tem as mesmas duas vagas no conselho da Vale que o
BNDES. "O objetivo era o mesmo", diz ele.
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