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São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2003

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Crítico e defensor do bloco utilizam caso mexicano

do enviado especial a Miami

Alguns ônibus de Miami circulam com insólito "out-door" na lateral: "Work harder - Get poorer" (trabalhar mais duro, ficar mais pobre).
É assinado pela Oxfam, uma ONG nascida no Reino Unido e que se tornou referência em negociações comerciais por apresentar propostas, em vez de ficar apenas no discurso de crítica.
É o resumo em uma frase do que a Oxfam entende ser o resultado da liberalização comercial: mais trabalho e menos renda.
No caso da Alca, a análise da ONG é clara: considera que "não contribui para uma perspectiva de desenvolvimento sustentável. Baseia-se no fracasso do modelo do Nafta, que não gerou crescimento e não atende à crise de pobreza no México".
O caso mexicano, aliás, virou tema de batalha de propaganda entre o USTr (uma espécie de ministério de comércio exterior dos EUA) e os críticos do livre comércio.
Enquanto o USTr diz que o Nafta "resultou em expansão das exportações mexicanas, em salários mais altos, em menos pobreza, em mais investimento externo e em um setor agrícola mais forte", a Oxfam contra-ataca:
"Segundo o Banco Mundial, 45 milhões de mexicanos (45% da população) vivem com menos de US$ 2 por dia, dos quais 10 milhões sobrevivem em situação de extrema pobreza, com menos de US$ 1 por dia. Esses elevados níveis de pobreza se mantiveram no mesmo patamar no decorrer da implementação do Nafta".
A Oxfam aceita que o país recebeu "a incrível cifra de US$ 153 bilhões (de investimento), durante a vigência do Nafta", mas acrescenta que isso teve pouco efeito no crescimento. "O crescimento médio anual de menos de 1% registrado no decorrer do Nafta não fez mais que exacerbar as grandes desigualdades sociais." (CR)


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