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FIM DO SUFOCO?
Na 1ª quinzena do mês, consultas ao SPC e ao Usecheque subiram
Comércio dá sinais de aquecimento
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O consumidor está comprando
mais à vista e a prazo e utilizando
as sobras do final do mês para
quitar dívidas. É o que constata a
Associação Comercial de São
Paulo em levantamento feito na
primeira quinzena deste mês.
Do dia 1º ao dia 15 deste mês, as
consultas ao Usecheque, indicador das vendas à vista, subiram
4,8% na comparação com igual
período de 2002. É a primeira vez,
desde fevereiro deste ano, que esse número é positivo na comparação com o ano passado.
As consultas ao SPC (Serviço de
Proteção ao Crédito), termômetro das vendas a prazo, cresceram
8,5% no mesmo período. "A impressão que temos é que o consumidor está utilizando mais cheques pré-datados por conta do 13º
salário", afirma Emílio Alfieri,
economista da associação.
A associação identificou também na primeira quinzena deste
mês uma preocupação maior do
consumidor em pagar dívidas. O
número de carnês em atraso quitados nos primeiros 15 dias deste
mês foi 12,4% maior do que o verificado em igual período de 2002.
"Esses dados mostram que a indústria e o comércio deverão ter
um final de ano positivo. Na média, as vendas neste mês estão 6%
maiores do que as de igual período do ano passado", diz Alfieri.
A Federação do Comércio do
Estado de São Paulo ainda não
constatou aumento de vendas no
comércio. Em outubro, o faturamento real das lojas caiu 10,7% na
comparação com igual período
do ano passado. De janeiro a outubro, a queda foi de 3,3%.
A federação nota alguma recuperação no consumo em outubro
na comparação com setembro,
quando o faturamento real do comércio subiu 9,3% -tradicionalmente esse crescimento é da ordem de 6%. "O que dá para dizer,
por enquanto, é que há um clima
de mais otimismo por conta da
queda dos juros", afirma Oiram
Corrêa, gerente da assessoria econômica da federação paulista.
Para Adriano Pitoli, economista
da Tendências, os dados da associação somados a outros indicadores, como o aumento de 4,3%
da produção industrial em setembro, segundo o IBGE, indicam
que a economia reagiu e que esse
crescimento deve ser sólido.
A redução das taxas de juros e o
alongamento dos prazos de financiamento são políticas que o governo deve manter, diz. Isso significa que as vendas de bens duráveis, como carros e eletrodomésticos, devem continuar puxando
para cima a receita das lojas.
Para os economistas, também
houve uma melhora das expectativas dos consumidores em relação às condições futuras.
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