|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
outro lado
Empresas se defendem de acusações
DA REPORTAGEM LOCAL
Parte das 12 empresas autuadas pela Receita Federal
afirma que discute de forma
administrativa com o fisco o
que chamam de "supostas dívidas fiscais". Outras informam ainda que desconhecem as atuações do fisco e,
por se tratar de assunto "velho", não há o que comentar
no momento.
A Femsa (dona da marca
Kaiser) informa que a cervejaria "não recebeu autuação
de nenhuma natureza da Receita". A discussão tributária
em torno do assunto, diz,
aconteceu no passado e já foi
resolvida na Justiça.
Casas Pernambucanas,
Lua Nova (Panco) e Arc Sul
preferiram não comentar as
autuações.
Pão de Açúcar, Pastifício
Santa Amália, Megafort, Novasoc, Sucos Del Valle e
Adria não responderam aos
pedidos de entrevista feitos
pela reportagem. A Folha
não conseguiu localizar os
responsáveis nem os representantes jurídicos da Rubi,
responsável pela industrialização dos derivados de soja
em parte das operações.
Ficap e Tigre também preferiram não comentar os
processos que movem contra as consultorias.
Ricardo Camargo Lima,
advogado de Pedro Paulo
Leoni Ramos, sócio da Globalbank, diz que o indiciamento de PP é um "ato despropositado e infundado,
praticado por Delegacia de
Polícia que não afeta a esse
tipo de assunto e sem motivos conhecidos para se ocupar de um caso como esse".
Para Lima, "é surpreendente o fato de que a Delloite, que cobrou e recebeu um
significativo percentual da
vantagem percebida por
seus clientes exatamente para verificar se as operações
eram corretas, vir se queixar
de ter sido ludibriada".
Em nota, a Delloite diz que
foi contratada pela Globalbank "unicamente para a revisão de documentos e respectivos registros fiscais e contábeis que formalizaram
as operações de compra e beneficiamento de soja e venda
de seus derivados". E que os
trabalhos "jamais incluíram
quaisquer exames ou providências sobre a movimentação física da soja".
No comunicado, a Delloite
também diz que "a Globalbank, que coordenou as operações de soja, responsabilizou-se (...) pelo acompanhamento logístico e físico da
soja relacionado às transações, inclusive pela sustentação jurídica, nos âmbitos administrativo e judicial".
Em e-mail enviado à reportagem, Adauto Kyota,
proprietário da Master, informou que o inquérito no
Deic corre em segredo de
Justiça e, por essa razão, não
comentaria o assunto.
"Quanto às consultorias
[Delloite e Globalbank], informo que nenhuma delas
mantém ou manteve nenhum vínculo contratual
com o nosso escritório, pois
a elas incumbia examinar os
documentos, acompanhar as
exportações e a logística da
movimentação dos produtos, pelo que dizem as próprias empresas que litigam
contra elas, mas desconheço
o desfecho das ações."
Pedro Paulo Puglisi de Assumpção, dono da Axis (trading responsável pela exportação de derivados de soja), afirma que, apesar de ter sido indiciado, "não pedi habeas corpus nem tomei medida jurídica alguma que pudesse trancar o inquérito.
Quero que as investigações
prossigam".
(CR e FF)
Texto Anterior: Receita autua 12 empresas em R$ 513 mi Próximo Texto: Luiz Gonzaga Belluzzo: Delícias e riscos do câmbio Índice
|