São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2007

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outro lado

Empresas se defendem de acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

Parte das 12 empresas autuadas pela Receita Federal afirma que discute de forma administrativa com o fisco o que chamam de "supostas dívidas fiscais". Outras informam ainda que desconhecem as atuações do fisco e, por se tratar de assunto "velho", não há o que comentar no momento.
A Femsa (dona da marca Kaiser) informa que a cervejaria "não recebeu autuação de nenhuma natureza da Receita". A discussão tributária em torno do assunto, diz, aconteceu no passado e já foi resolvida na Justiça.
Casas Pernambucanas, Lua Nova (Panco) e Arc Sul preferiram não comentar as autuações.
Pão de Açúcar, Pastifício Santa Amália, Megafort, Novasoc, Sucos Del Valle e Adria não responderam aos pedidos de entrevista feitos pela reportagem. A Folha não conseguiu localizar os responsáveis nem os representantes jurídicos da Rubi, responsável pela industrialização dos derivados de soja em parte das operações.
Ficap e Tigre também preferiram não comentar os processos que movem contra as consultorias.
Ricardo Camargo Lima, advogado de Pedro Paulo Leoni Ramos, sócio da Globalbank, diz que o indiciamento de PP é um "ato despropositado e infundado, praticado por Delegacia de Polícia que não afeta a esse tipo de assunto e sem motivos conhecidos para se ocupar de um caso como esse".
Para Lima, "é surpreendente o fato de que a Delloite, que cobrou e recebeu um significativo percentual da vantagem percebida por seus clientes exatamente para verificar se as operações eram corretas, vir se queixar de ter sido ludibriada".
Em nota, a Delloite diz que foi contratada pela Globalbank "unicamente para a revisão de documentos e respectivos registros fiscais e contábeis que formalizaram as operações de compra e beneficiamento de soja e venda de seus derivados". E que os trabalhos "jamais incluíram quaisquer exames ou providências sobre a movimentação física da soja".
No comunicado, a Delloite também diz que "a Globalbank, que coordenou as operações de soja, responsabilizou-se (...) pelo acompanhamento logístico e físico da soja relacionado às transações, inclusive pela sustentação jurídica, nos âmbitos administrativo e judicial".
Em e-mail enviado à reportagem, Adauto Kyota, proprietário da Master, informou que o inquérito no Deic corre em segredo de Justiça e, por essa razão, não comentaria o assunto.
"Quanto às consultorias [Delloite e Globalbank], informo que nenhuma delas mantém ou manteve nenhum vínculo contratual com o nosso escritório, pois a elas incumbia examinar os documentos, acompanhar as exportações e a logística da movimentação dos produtos, pelo que dizem as próprias empresas que litigam contra elas, mas desconheço o desfecho das ações."
Pedro Paulo Puglisi de Assumpção, dono da Axis (trading responsável pela exportação de derivados de soja), afirma que, apesar de ter sido indiciado, "não pedi habeas corpus nem tomei medida jurídica alguma que pudesse trancar o inquérito. Quero que as investigações prossigam". (CR e FF)


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