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Impacto ambiental ainda não foi avaliado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Meio Ambiente avalia que não existem estudos
conclusivos sobre o impacto ambiental da soja transgênica que
permita a liberação comercial do
produto no país, segundo o secretário de Biodiversidade, João Paulo Capobianco.
A lei brasileira, afirma Capobianco, se baseia no princípio da
precaução. É preciso, portanto,
que fique comprovado que a soja
transgênica não prejudicará o
ambiente antes que seja autorizado o plantio comercial do grão.
Uma das principais preocupações dele com relação ao plantio
da soja transgênica fabricada pela
Monsanto é o impacto que o cultivo pode ter no ambiente.
Segundo o secretário, a vantagem comercial da soja transgênica é que ela é resistente a um herbicida que mata todas as outras
formas de vida vegetal que poderiam competir com o grão.
Nas plantações de soja convencional, são usados herbicidas que
matam seletivamente outras espécies, pois alguns dos agroquímicos prejudicam a própria soja.
Segundo ele, as plantações de
soja se estendem do Rio Grande
do Sul a partes da Amazônia. "Estou falando de eliminar a biodiversidade de milhares de hectares,
onde a única espécie sobrevivente
será a soja", diz Capobianco.
Para garantir que o Ministério
do Meio Ambiente terá a oportunidade de exigir um EIA (Estudo
de Impacto Ambiental) para a soja transgênica, Capobianco afirma que será proposta uma mudança na legislação brasileira para
esclarecer definitivamente qual
órgão do governo deverá avaliar
se é necessário ou não o estudo.
A legislação que criou o CTNBio
permite interpretar que o órgão
tem competência para decidir se é
necessário um EIA para liberar o
cultivo de um transgênico. No caso da soja da Monsanto, o parecer
conclusivo do CTNBio afirma que
não é necessário o EIA.
A soja só não foi liberada porque a competência do CTNBio
para tomar tal decisão está sendo
discutida na Justiça. Para Capobianco, o CTNBio pode, no máximo, opinar sobre a necessidade
do EIA. "Quem tem que decidir é
o Ministério do Meio Ambiente."
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