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Centrais querem ampliação de seguro-desemprego e mais vagas
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento do tempo médio na
procura por um trabalho, as elevadas taxas de desemprego nas
regiões metropolitanas e o alto índice de rotatividade nas empresas
levaram três centrais sindicais a
pedir a ampliação do seguro-desemprego e mudanças na política
de concessão do benefício.
Força Sindical, CGT e SDS entregam amanhã ao Ministério do
Trabalho uma proposta emergencial que prevê o pagamento do seguro em até oito parcelas. A verba
para o seguro vem do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
"Em 98, as centrais já haviam
pedido mudanças na política do
seguro por causa do desemprego.
Mas a situação se agravou. De
2000 para 2001, o tempo que o desempregado levou na procura por
um emprego passou de 46 para 50
semanas na região metropolitana
de São Paulo", disse José Silvestre,
supervisor técnico do Dieese. O
tempo dobrou nessa mesma região de 95 para 2001 -passando
de 25 para 50 semanas.
Segundo o Dieese, hoje 39,4%
dos desempregados em São Paulo
(cerca de 639 mil) nem sequer
têm direito ao seguro porque ficam empregados menos de seis
meses. Para receber o benefício, é
preciso comprovar seis meses de
salários nos últimos três anos.
Os sindicalistas também vão pedir a criação de 1 milhão de vagas
no país e a obrigatoriedade do recolhimento do FGTS para domésticas. Os empregados domésticos
representam 10,2% do total de desempregados em São Paulo, segundo dados de 2001 do Dieese.
A longo prazo, as centrais querem discutir também mudanças
estruturais na concessão do seguro. "A aplicação dos recursos do
seguro em cursos de qualificação
poderiam ajudar a segurar o emprego e evitar a rotatividade.
Também queremos o pagamento
do seguro por 12 meses", disse o
presidente da Força, Paulo Pereira da Silva.
Por sua assessoria, o ministro
do Trabalho, Francisco Dornelles,
disse ontem que só comentará a
proposta após analisá-la. Segundo ele, o ministério sempre avaliou "com muito carinho" qualquer proposta apresentada pelas
centrais sindicais.
"Desengavetaram um projeto
que a CUT fez em 98 e querem fazer uso político disso às vésperas
da votação da CLT", disse o presidente da CUT, João Felício.
O seguro é pago ao demitido
sem justa causa. Para ter direito, é
preciso: comprovar que recebeu
salário nos últimos seis meses, ter
trabalhado ao menos seis meses
nos últimos três anos, não ter renda própria, não estar recebendo
benefício da Previdência Social e
estar desempregado.
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