São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2002

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Em crise, país faz cair o lucro da Telefónica

DA REPORTAGEM LOCAL

A Telefónica pode apresentar no balanço de 2001, a ser divulgado na próxima semana, seus piores resultados em nove anos. De acordo com analistas, a queda no lucro líquido da empresa terá como principais causas a diminuição nas receitas extraordinárias e a crise da Argentina.
A última vez em que o balanço da companhia espanhola teve variação negativa em relação ao resultado do ano anterior foi em 1992 -quando registrou ganhos 22,53% menores. Depois, foram oito anos seguidos de aumento, sempre acima dos dois dígitos. Nessa sequência, o resultado mais modesto ocorreu em 1998 -alta de 14,48%. Em 1999 e 2000, ocorreram as maiores taxas: 38,01% e 38,79%. Dessa forma, o crescimento do lucro líquido em 2001 teria que ser superior a 14,48% para não se confirmar o pior desempenho em nove anos.
Ontem, o jornal espanhol ""Cinco Días" apresentou consulta realizada com oito bancos e agências de investimentos, entre eles Morgan Stanley, Merrill Lynch e Lehman Brothers. Todos prevêem queda no lucro líquido da Telefónica. Outra estimativa, da Bloomberg, aponta que o lucro líquido da companhia no ano passado tenha chegado a 2,096 bilhões -16,32% menor que em 2000.
Na lista de razões para a piora nos resultados, a Argentina não está desacompanhada. Para além da crise mundial do setor de telecomunicações, a Telefónica sentiu no ano passado a ausência das chamadas ""receitas extraordinárias". Em 2000, por exemplo, a operadora contabilizou ganhos de 3,035 bilhões com a operação de retirada da Bolsa de sua filial Telefónica Móviles. O impacto da crise argentina sobre as contas da empresa em 2001 deve chegar a 300 milhões (US$ 260 milhões).
A subsidiária brasileira representa a segunda maior fonte de receita da Telefónica no mundo. No ano passado, associou-se à Portugal Telecom para a exploração de telefonia celular. Juntas, passarão a deter 40% do mercado nacional. Em 2000, o lucro líquido da Telefónica no Brasil foi de R$ 1,470 bilhão -contra R$ 736 milhões em 1999. (JOSÉ ALAN DIAS)


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