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Em crise, país faz cair o lucro da Telefónica
DA REPORTAGEM LOCAL
A Telefónica pode apresentar
no balanço de 2001, a ser divulgado na próxima semana, seus piores resultados em nove anos. De
acordo com analistas, a queda no
lucro líquido da empresa terá como principais causas a diminuição nas receitas extraordinárias e
a crise da Argentina.
A última vez em que o balanço
da companhia espanhola teve variação negativa em relação ao resultado do ano anterior foi em
1992 -quando registrou ganhos
22,53% menores. Depois, foram
oito anos seguidos de aumento,
sempre acima dos dois dígitos.
Nessa sequência, o resultado mais
modesto ocorreu em 1998 -alta
de 14,48%. Em 1999 e 2000, ocorreram as maiores taxas: 38,01% e
38,79%. Dessa forma, o crescimento do lucro líquido em 2001
teria que ser superior a 14,48% para não se confirmar o pior desempenho em nove anos.
Ontem, o jornal espanhol ""Cinco Días" apresentou consulta realizada com oito bancos e agências
de investimentos, entre eles Morgan Stanley, Merrill Lynch e Lehman Brothers. Todos prevêem
queda no lucro líquido da Telefónica. Outra estimativa, da Bloomberg, aponta que o lucro líquido
da companhia no ano passado tenha chegado a 2,096 bilhões
-16,32% menor que em 2000.
Na lista de razões para a piora
nos resultados, a Argentina não
está desacompanhada. Para além
da crise mundial do setor de telecomunicações, a Telefónica sentiu no ano passado a ausência das
chamadas ""receitas extraordinárias". Em 2000, por exemplo, a
operadora contabilizou ganhos
de 3,035 bilhões com a operação de retirada da Bolsa de sua filial Telefónica Móviles. O impacto
da crise argentina sobre as contas
da empresa em 2001 deve chegar a
300 milhões (US$ 260 milhões).
A subsidiária brasileira representa a segunda maior fonte de receita da Telefónica no mundo. No
ano passado, associou-se à Portugal Telecom para a exploração de
telefonia celular. Juntas, passarão
a deter 40% do mercado nacional.
Em 2000, o lucro líquido da Telefónica no Brasil foi de R$ 1,470 bilhão -contra R$ 736 milhões em
1999.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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