São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 2002

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Economia argentina vai despencar até 15% em 2002, diz estudo do FMI

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

A economia argentina terá uma queda de 10% a 15% neste ano, segundo projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgadas ontem, em Washington.
Para 2003, a instituição espera uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) do país de até 3%, ou no máximo estabilização em relação a este ano.
"As perspectivas para a economia argentina no curto prazo permanecem altamente incertas. Porém uma contração [da economia" e a aceleração da inflação durante 2002 parecem inevitáveis", ressaltou o Fundo no relatório semestral sobre as perspectivas econômicas globais.
O Fundo estima que a inflação no país deve ficar entre 25% e 30% neste ano. Em 2003, os técnicos do Fundo estimam que o reajuste nos preços oscile 30% e 35%.
"Provavelmente, a demanda doméstica terá redução significativa neste ano, devido ao impacto do crescimento no desemprego, à queda da confiança [do consumidor" e ao congelamento dos depósitos bancários, entre outros fatores que diminuíram a renda e os gastos", avalia o Fundo.
O FMI espera, no entanto, que as exportações argentinas aumentem ao longo de 2002, puxadas pela desvalorização do peso e pelo reaquecimento da economia regional e mundial.
A instituição ressalta, porém, que "boa parte da recuperação inicial [das vendas para o exterior" depende de um fortalecimento dos financiamentos ao comércio exterior".
Diante do aumento das exportações e de uma redução das importações, o FMI avalia que a Argentina poderá ter saldo positivo em seu balanço de pagamentos (relação de transações do país com o mundo) já neste ano.

América Latina
Segundo o relatório do Fundo Monetário Internacional, o desempenho econômico da América Latina será fortemente influenciado pela recuperação das economias desenvolvidas, sobretudo dos EUA, tanto pelo lado do comércio quanto pela disponibilidade de capital para financiar as necessidades de recursos externos dos países da região.
O FMI estima uma redução de 0,9% do PIB do Mercosul neste ano, devido à grande contração da economia argentina.
O Uruguai, país mais afetado pela crise argentina, deve sofrer o terceiro ano de retração. Segundo o Fundo, o recuo neste ano deve ficar em 1,7%, melhor do que a queda de 3,1% no ano passado.



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