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Economia argentina vai despencar até 15% em 2002, diz estudo do FMI
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
A economia argentina terá uma
queda de 10% a 15% neste ano, segundo projeções do FMI (Fundo
Monetário Internacional) divulgadas ontem, em Washington.
Para 2003, a instituição espera
uma queda do PIB (Produto Interno Bruto) do país de até 3%, ou
no máximo estabilização em relação a este ano.
"As perspectivas para a economia argentina no curto prazo permanecem altamente incertas. Porém uma contração [da economia" e a aceleração da inflação durante 2002 parecem inevitáveis",
ressaltou o Fundo no relatório semestral sobre as perspectivas econômicas globais.
O Fundo estima que a inflação
no país deve ficar entre 25% e 30%
neste ano. Em 2003, os técnicos
do Fundo estimam que o reajuste
nos preços oscile 30% e 35%.
"Provavelmente, a demanda
doméstica terá redução significativa neste ano, devido ao impacto
do crescimento no desemprego, à
queda da confiança [do consumidor" e ao congelamento dos depósitos bancários, entre outros fatores que diminuíram a renda e os
gastos", avalia o Fundo.
O FMI espera, no entanto, que
as exportações argentinas aumentem ao longo de 2002, puxadas pela desvalorização do peso e
pelo reaquecimento da economia
regional e mundial.
A instituição ressalta, porém,
que "boa parte da recuperação
inicial [das vendas para o exterior" depende de um fortalecimento dos financiamentos ao comércio exterior".
Diante do aumento das exportações e de uma redução das importações, o FMI avalia que a Argentina poderá ter saldo positivo
em seu balanço de pagamentos
(relação de transações do país
com o mundo) já neste ano.
América Latina
Segundo o relatório do Fundo
Monetário Internacional, o desempenho econômico da América Latina será fortemente influenciado pela recuperação das economias desenvolvidas, sobretudo
dos EUA, tanto pelo lado do comércio quanto pela disponibilidade de capital para financiar as
necessidades de recursos externos
dos países da região.
O FMI estima uma redução de
0,9% do PIB do Mercosul neste
ano, devido à grande contração
da economia argentina.
O Uruguai, país mais afetado
pela crise argentina, deve sofrer o
terceiro ano de retração. Segundo
o Fundo, o recuo neste ano deve
ficar em 1,7%, melhor do que a
queda de 3,1% no ano passado.
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