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País poderá ter desabastecimento de comida
DA REPORTAGEM LOCAL
O país corre o risco de passar
por um período de desabastecimento caso o governo não revise
as medidas de limite de consumo
de energia ao setor de alimentos.
A direção da Abia (Associação
Brasileira das Indústrias de Alimentos) irá para Brasília na segunda-feira para tentar mudar a
situação do setor no plano de racionamento anunciado ontem.
O problema é que não há possibilidade de armazenar -nos frigoríficos da região Sudeste -as
aves e carnes congeladas que foram trazidas de Estados como Paraná e Santa Catarina.
"Como algumas empresas devem fazer um apagão obrigatório,
não teremos onde guardar o produto e tudo vai ser perdido", disse
Edmundo Klotz, presidente da associação.
"A população pode esperar pelo
desabastecimento, com falta da
carne e do frango, e também pode
aguardar pelo aumento de preço", afirmou Klotz.
Nos supermercados, não há
possibilidade de manter os produtos industrializados. Isso porque apenas 10% dos supermercados localizados no Sudeste têm
geradores, pelas contas da Abia.
Críticas
Outros empresários já acreditam que o plano anunciado ontem tem efeitos benéficos.
Segundo Roberto Teixeira da
Costa, vice-presidente do Banco
Sul América, "o Brasil é incompetente para prevenir crises, mas demonstra habilidade ao administrá-las".
Para ele, esse é um dos casos.
"As medidas tomadas hoje são
duras. Para algumas pessoas haverá situações difíceis de contornar, mas acho que o bom senso
vai prevalecer", afirmou Costa.
"Pela reação da sociedade, já
houve uma economia sensível",
disse.
No varejo, a reação foi cautelosa. "O que se propõe são medidas
sérias para reduzir o consumo e
distribuir igualmente os sacrifícios", afirmou Abram Szajman,
presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Mas Szajman ressaltou que, na
verdade, o que faltou foram alternativas a um plano melhor. "Não
resta outra alternativa a não ser
apoiar a redução de 20% no consumo", afirmou o presidente da
federação.
(AM)
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