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Bolsa e risco têm recordes na semana
Mercado questiona fôlego da Bovespa para bater sucessivos patamares no ano e teme uma fase de ajuste nos preços
Dólar caiu 2,82% e encerrou semana a R$ 1,962; risco-país também teve recorde
de baixa; mercado se divide em relação a corte de juros
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A melhora na avaliação de
risco e a previsão de uma forte
entrada de dinheiro no Brasil
levaram o mercado financeiro a
uma semana de recordes na
Bolsa e na taxa de risco-país.
A semana em que o dólar comercial rompeu a barreira de
R$ 2,00 foi sinônimo de perdas
para muitos investidores, mas
também de lucros para quem
apostou na melhora geral dos
preços de ações e títulos.
A Bovespa encerrou a semana com ganho de 2,31% e já contabiliza uma alta de 17,1% no
ano. O indicador passou ontem
pela primeira vez dos 52 mil
pontos, encerrando o dia com
52.077. Foi o 18º recorde consecutivo quebrado pela Bolsa
paulista apenas neste ano. Só
ontem, a alta foi de 0,86%.
Investidores questionam até
quando a Bolsa continuará com
esse ritmo de alta. "A Bolsa em
52 mil pontos traz a dúvida sobre o momento em que virá um
ajuste. E isso piora após a temporada de balanços e com poucas notícias", disse Andre Ng,
da Infinity Asset.
A alta da Bolsa paulista segue
o otimismo no mercado norte-americano com a melhora no
sentimento do consumidor e a
expectativa de acontecerem fusões e aquisições. Com expansão ontem de 0,59%, o índice
Dow Jones da Bolsa de Nova
York bateu em 13.556 pontos, o
maior patamar de sua história.
Termômetro dos negócios nos
EUA, o índice mede o desempenho dos papéis de das 30 maiores empresas do país, todas líderes em seus setores.
Operadores afirmam que o
tema de discussão da próxima
semana serão os juros. A expectativa cada vez mais dominante
é que o Copom possa reduzir a
Selic, taxa básica de juros, em
meio ponto, para 12%. Mas isso
está longe de ser consenso.
"Um corte de meio ponto agora
chamaria a atenção para mudança no comportamento do
Copom, algo que não aconteceu
nos últimos cinco anos do governo Lula", disse Elson Teles,
da corretora Concórdia.
A divisão do mercado foi notada inclusive na negociação de
juros futuros na BM&F, que,
após a euforia vista no início da
semana com o recuo do dólar,
teve ontem um momento de
reavaliação. O contrato de DI
para janeiro de 2010, o segundo
mais negociado, fechou com juros de 10,21% -acima dos
10,15% da véspera.
O dólar terminou a semana a
R$ 1,962, com alta de 0,46% no
dia, mas com baixa de 2,82% na
semana. O Banco Central interveio no mercado à vista no horário do almoço, mesmo com a
alta da moeda, e comprou dólares a R$ 1,966. Operadores afirmam que o volume foi baixo.
No mercado de títulos externos, o destaque ficou para o risco-país, medido pelo JP Morgan, que testou ontem o piso de
140 pontos, menor pontuação
já atingida pelo Brasil. Terminou o dia a 141 pontos, ainda em
recorde de fechamento. O indicador sinaliza ao investidor o
quanto acima dos títulos americanos deve pedir para comprar um papel brasileiro.
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