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Lula manda Receita parar obra do "muro do Paraguai"
Construção teria objetivo de impedir ação de sacoleiros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em entrevista publicada ontem em jornais paraguaios, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afirmou ter tomado a decisão de mandar parar as obras
para a construção de um muro
próximo à Ponte da Amizade,
em Foz do Iguaçu. A obra tinha
sido idealizada numa tentativa
de inibir a ação de sacoleiros.
"Eu não sei o que ela [a Receita Federal] vai fazer, mas muro
não vai ter. Foi uma decisão de
governo. Muro, chega o de Berlim, chega o do México, agora,
com os Estados Unidos, chega o
da Faixa de Gaza. Nós não queremos muro", afirmou o presidente aos jornalistas paraguaios.
O muro tinha por objetivo
impedir que os contrabandistas arremessassem mercadorias do alto da ponte para as
margens brasileiras do rio Paraná, escondendo-as dos agentes fiscais.
Em março, o delegado da Receita em Foz do Iguaçu, Gilberto Tragancin, disse que a construção de muros na região serviria para liberar fiscais e agentes federais, que hoje precisam
patrulhar a ponte para inibir a
ação dos sacoleiros. A Receita
previa que até o final de julho os
muros estivessem prontos.
"Nós resolvemos fazer com
que o Imposto de Renda seja o
mesmo para os caminhoneiros
brasileiros e os transportadores paraguaios", também afirmou Lula, que estará amanhã e
segunda-feira em visita oficial
ao Paraguai.
A assessoria de imprensa da
Receita Federal disse ontem à
Folha que não comentaria as
declarações do presidente.
(LETÍCIA SANDER)
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