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Corte da taxa poderia ter sido de um ponto percentual, afirma Mantega
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, acredita em reduções sucessivas da taxa de juros
básica daqui para a frente. Sem
criticar a decisão do Copom,
Mantega disse que a queda da taxa poderia ter sido maior. "Foi
meio [ponto percentual]. Podia
ter sido um. Mas o que vale é que
houve uma queda. Vamos esperar novas reduções", comentou.
Segundo Mantega, o Copom
deve reduzir as taxas de juros a
partir de agora -a próxima reunião é em julho. Questionado sobre a possibilidade de reduções
consecutivas, o ministro disse:
"Parece-me que estão apontando
nessa direção".
Em seguida, ressalvou que novas reduções dependem, é claro,
da continuidade da trajetória de
queda da inflação. "Não vamos
nos precipitar."
Para Mantega, a decisão de ontem foi "um ponto de inflexão" na
política monetária. "Demonstra
que o Copom verificou que está
sendo vencida a luta contra a inflação. Tivemos sinais nos preços
do atacado e nos do varejo."
O ministro disse que a redução
dos juros é condição para a volta
do processo de crescimento. Nos
últimos dias, assessores do ministro se mostraram preocupados
com a queda de 4,2% na atividade
industrial em abril.
A projeção de crescimento para
2003 é de 2,25% na Lei de Diretrizes Orçamentárias, mas, dentro
do governo, já foi revista para 2%
e alguns estimam que poderá ficar
próxima de 1,8%.
Alencar
Depois de convocar uma mobilização nacional contra os juros
altos enquanto ocupava interinamente a Presidência da República
anteontem, o vice-presidente, José Alencar, passou o dia ontem
sem fazer declarações públicas sobre a decisão do Copom.
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