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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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NO VERMELHO

Selic foi responsável por R$ 7 bi do total; câmbio, por R$ 2,8 bi

Dívida pública sobe R$ 16 bi em maio

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O impacto da taxa de juros básica na dívida do governo em mercado foi de R$ 7 bilhões em maio, quando foi mantida em 26,5% ao ano. No total, a dívida subiu R$ 16,35 bilhões entre abril e maio, chegando a R$ 660,76 bilhões.
A taxa básica pesa muito na dívida porque corrige 50,98% do total. Em maio, devido a desvalorização do real de 2,77%, a parcela da dívida corrigida pelo dólar também cresceu R$ 2,8 bilhões.
Mas uma parte do aumento foi causada pela ação direta do governo, que vem aproveitando a tranquilidade atual do mercado financeiro para alongar os prazos de vencimento da dívida. Isso gerou uma emissão de títulos públicos de R$ 3,2 bilhões em maio. Essa foi a emissão líquida, ou seja, acima da rolagem dos papéis que venceram no período.
O coordenador da Dívida Pública, Paulo Valle, disse que o mercado financeiro está aos poucos voltando à normalidade após a crise do final do ano passado.
Ele destacou que, em junho, pela primeira vez desde setembro de 2001, o Tesouro Nacional conseguiu vender títulos com vencimento superior a quatro anos.
De acordo com o chefe do Departamento de Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldenstein, os fundos de investimento já captaram cerca de R$ 30 bilhões neste ano após uma perda de R$ 70 bilhões no ano passado.
Outro sinal positivo é o aumento das atividades no mercado secundário, que são as transações de títulos do governo entre as instituições. Foram vendidos R$ 10,4 bilhões em títulos, o maior volume desde junho de 2000.
Como o mercado vem apostando em uma queda acentuada da taxa de juros no futuro, há muita negociação em torno dos títulos prefixados (que têm correção previamente acertada).
Por exemplo, existem títulos prefixados com vencimento em janeiro de 2004 com taxas de 26,8% ao ano. Mas a taxa básica baixou para 26% ao ano.
A negociação dos títulos prefixados no mercado secundário aumentou 43% em maio em relação a abril.


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