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RECALL DA PRIVATIZAÇÃO
Serviços poderão ser revendidos
Teles terão de cumprir meta de competição nos novos contratos
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A partir de 2006, as concessionárias de telefonia fixa terão que
cumprir metas de competição,
além dos planos atuais de universalização e de qualidade. A mudança foi incluída pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) nos contratos de concessão que vão vigorar de 2006 a
2026.
Segundo Luiz Guilherme
Schymura, presidente da Anatel,
"não há conflito" entre os novos
contratos e o decreto presidencial, divulgado na semana passada, que institui nova política de
telecomunicações.
O PGMC (Plano Geral de Metas
de Competição) foi a alternativa
da agência à idéia do ministro Miro Teixeira (Comunicações) de
criar uma empresa fictícia com
metas "ideais" para estimular
concorrência no mercado de telefonia fixa. O governo avalia que
há monopólio no setor.
Uma das propostas prevê a possibilidade de revenda de serviços.
Uma empresa poderia, por exemplo, comprar uma cesta de serviços da Telefônica e vendê-la para
consumidores a preços mais acessíveis. Um dos problemas é que
essas novas empresas não teriam
as mesmas obrigações das concessionárias públicas.
Esse ponto já é questionado hoje pelas teles locais na disputa
com operadoras de longa distância. Grosso modo, esse mecanismo permite que uma empresa
utilize a estrutura da outra -que
cobra pelo uso.
Outra sugestão para o PGMC é,
justamente, estabelecer regras
claras para tornar esse mecanismo mais competitivo. As concessionárias, por sua vez, reclamam
que a estrutura montada por elas
só existe devido a vultosos investimentos feitos nos últimos anos
-dinheiro este que não foi gasto
pelas outras empresas- e que isso deveria ser levado em conta na
negociação.
A Anatel também enterrou ontem a tentativa do governo federal
de interferir nos novos contratos
das concessionárias de telefonia
que entram vigor em 2006 com
duração de 20 anos.
A principal bandeira do ministro Miro Teixeira para incentivar
a concorrência no setor foi ignorada pelos conselheiros da agência. Ele queria a criação de uma
empresa fictícia que balizasse o
desconto no índice de reajuste
anual das tarifas.
Funcionaria da seguinte forma:
a Anatel criaria uma empresa
com todas as variáveis com que as
concessionárias lidam em termos
de custo e investimento. Em tese,
seria como se as teles tivessem
uma competidora eficiente.
Ao finalizar ontem o processo
de consulta pública dos novos
contratos, a Anatel ignorou a
idéia da empresa modelo e deixou
a construção do fator de produtividade para uma consultoria.
De acordo com os novos contratos, o reajuste anual das tarifas
será feito pelo IST (Índice do Setor de Telecomunicações), que
também será feito por consultores. Desse índice será subtraída a
produtividade e um fator de
amortecimento -criado ontem.
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