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MÍDIA
Perda em 2002 foi 233% maior do que em 2001; alta do dólar pesou no balanço
Globopar tem prejuízo de R$ 5 bi
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Globopar (Globo Comunicações e Participações S.A.), holding
que controla empresas como a
TV Globo, Net e Editora Globo,
afirmou ontem que registrou um
prejuízo de R$ 5 bilhões no ano
passado. As perdas são 233%
maiores que o prejuízo de R$ 1,5
bilhão que a companhia registrou
em 2001.
A Globopar atribuiu o resultado
às perdas provocadas pela desvalorização do real frente ao dólar
no ano passado e ao provisionamento de receitas (transformadas
em garantias para credores). A dívida da Globopar atingiu em dezembro passado um total de US$
1,1 bilhão.
As perdas com a alta do dólar
em relação ao real não conseguiram compensar o aumento do faturamento da Globopar no ano
passado. A receita bruta da empresa somou R$ 1,4 bilhão. Um
avanço de 16,5% sobre o faturamento de R$ 1,2 bilhão de 2001.
No quarto trimestre do ano passado, a TV Globo, principal fonte
de receita da Globopar, registrou
um faturamento líquido de R$
680,4 milhões, o que significou
uma alta de R$ 50,1 milhões sobre
os R$ 603,3 milhões de 2001.
A Globopar afirmou, no entanto, que a TV Globo perdeu dinheiro com a cobertura dos jogos da
Copa do Mundo de 2002 e a gastos com o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). O faturamento líquido da Globopar, descontados os impostos, caiu dos
R$ 665,4 milhões registrados em
2001 para os R$ 663,1 milhões em
2002.
A Net, empresa de TV a cabo da
Globopar, teve uma queda de 105
mil assinantes no quarto trimestre de 2002. O total de clientes da
empresa passou para 1,3 milhão
de pessoas. Segundo a Globopar,
a Net conseguiu aumentar sua receita no quarto trimestre de 2002,
que somou R$ 290,8 milhões,
contra os R$ 288,6 milhões do
mesmo período do ano anterior.
A Editora Globo registrou no
quatro trimestre de 2002 um faturamento de R$ 72,2 milhões, abaixo dos R$ 80,9 milhões do mesmo
período de 2001.
A Globopar deixou de pagar
aproximadamente US$ 3 milhões
de juros aos seus credores no dia
1º de novembro de 2002. No dia 5
de dezembro, mais US$ 25 milhões deixaram de ser pagos. Essas medidas levaram a companhia a deixar de pagar outras
obrigações, caracterizando uma
situação de "default". Atualmente,
ela negocia o parcelamento de
suas dívidas.
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