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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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MÍDIA

Perda em 2002 foi 233% maior do que em 2001; alta do dólar pesou no balanço

Globopar tem prejuízo de R$ 5 bi

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Globopar (Globo Comunicações e Participações S.A.), holding que controla empresas como a TV Globo, Net e Editora Globo, afirmou ontem que registrou um prejuízo de R$ 5 bilhões no ano passado. As perdas são 233% maiores que o prejuízo de R$ 1,5 bilhão que a companhia registrou em 2001.
A Globopar atribuiu o resultado às perdas provocadas pela desvalorização do real frente ao dólar no ano passado e ao provisionamento de receitas (transformadas em garantias para credores). A dívida da Globopar atingiu em dezembro passado um total de US$ 1,1 bilhão.
As perdas com a alta do dólar em relação ao real não conseguiram compensar o aumento do faturamento da Globopar no ano passado. A receita bruta da empresa somou R$ 1,4 bilhão. Um avanço de 16,5% sobre o faturamento de R$ 1,2 bilhão de 2001.
No quarto trimestre do ano passado, a TV Globo, principal fonte de receita da Globopar, registrou um faturamento líquido de R$ 680,4 milhões, o que significou uma alta de R$ 50,1 milhões sobre os R$ 603,3 milhões de 2001.
A Globopar afirmou, no entanto, que a TV Globo perdeu dinheiro com a cobertura dos jogos da Copa do Mundo de 2002 e a gastos com o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). O faturamento líquido da Globopar, descontados os impostos, caiu dos R$ 665,4 milhões registrados em 2001 para os R$ 663,1 milhões em 2002.
A Net, empresa de TV a cabo da Globopar, teve uma queda de 105 mil assinantes no quarto trimestre de 2002. O total de clientes da empresa passou para 1,3 milhão de pessoas. Segundo a Globopar, a Net conseguiu aumentar sua receita no quarto trimestre de 2002, que somou R$ 290,8 milhões, contra os R$ 288,6 milhões do mesmo período do ano anterior.
A Editora Globo registrou no quatro trimestre de 2002 um faturamento de R$ 72,2 milhões, abaixo dos R$ 80,9 milhões do mesmo período de 2001.
A Globopar deixou de pagar aproximadamente US$ 3 milhões de juros aos seus credores no dia 1º de novembro de 2002. No dia 5 de dezembro, mais US$ 25 milhões deixaram de ser pagos. Essas medidas levaram a companhia a deixar de pagar outras obrigações, caracterizando uma situação de "default". Atualmente, ela negocia o parcelamento de suas dívidas.


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