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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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Para banco, acerto com AES está longe

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor da Área Financeira do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Roberto Timótheo da Costa, disse ontem que as negociações com o grupo norte-americano AES estão "longe" de uma proposta acabada que possa ser examinada pela diretoria do banco.
A negociação busca uma solução amigável para a dívida de US$ 1,2 bilhão que o grupo tem com o banco estatal, por financiamentos feitos para a compra de ações da Eletropaulo.
"O que eu quero é ter uma proposta concluída, que tenha todos os pontos, para que eu possa apresentá-la à diretoria do banco. Estamos longe disso", afirmou o executivo. Costa, auxiliado por técnicos do banco, passou todo o dia de ontem reunido com uma delegação da AES, chefiada pelo vice-presidente do grupo, Joseph Brandt.
Apesar de não ter revelado detalhes do encontro, Costa disse que precisa ser "otimista", porque uma solução negociada é sempre melhor do que uma disputa.
Ele afirmou também que o BNDES está dando sequência aos preparativos dos dois leilões de ações da Eletropaulo que pretende fazer para se ressarcir dos prejuízos causados pela inadimplência da AES.
De acordo com Costa, 12 grupos já procuraram o BNDES para dizer que estão interessados em ter participações nos ativos da AES no Brasil, contribuindo assim para solucionar o impasse da inadimplência do grupo com o banco, que já dura quase cinco meses.
Desses grupos, segundo o executivo, muitos são operadores do setor elétrico e outros são bancos que estariam representando grupos econômicos. Costa disse que, como os ativos em questão pertencem à AES e não ao BNDES, o banco encaminha à empresa todos aqueles que o procuram.
Segundo o diretor do BNDES, os dirigentes da AES têm manifestado ao banco que não têm interesse em dividir com um sócio a participação que a empresa possui no capital da Eletropaulo.
Costa disse que o banco apresentou ontem aos dirigentes da AES algumas alternativas, cujo teor não revelou, que serão levadas por Brandt para serem examinadas na próxima terça-feira pela direção da AES.
O BNDES exige que o grupo norte-americano faça algum pagamento em dinheiro para uma renegociação dos seus débitos. Costa não quis precisar qual o valor mínimo que o banco aceitaria.


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