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INTEGRAÇÃO
Mercosul terá fundo para ajudar países pobres
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Mercosul vai ganhar um fundo especial para executar obras de
infra-estrutura nas regiões mais
pobres da Argentina, do Brasil, do
Paraguai e do Uruguai. O fundo
receberá recursos de entre US$ 80
milhões e US$ 100 milhões e é inspirado na experiência da União
Européia, que tem um fundo estrutural para reduzir as diferenças
socioeconômicas entre os países-membros.
O anúncio da conclusão das discussões para a formação do fundo
estrutural do Mercosul será, segundo fontes da diplomacia brasileira, o principal avanço a ser
apresentado pelos presidentes
dos quatro países na reunião de
Cúpula do Mercosul, que termina
amanhã em Assunção.
Na reunião de cúpula de Ouro
Preto, em dezembro passado, a
idéia de lançar o fundo já havia sido anunciada. Mas faltava definir
a forma de administração, quanto
cada país iria aportar e quem iria
administrar os recursos.
Até sexta-feira, os técnicos do
Mercosul ainda não haviam concluído as discussões sobre a porcentagem de colaboração de país.
Ao Brasil e à Argentina caberão a
maior parte.
Também ainda não havia sido
decidido quem iria administrar os
recursos. Uma possibilidade seria
que a Secretaria Técnica do Mercosul fosse a responsável. Mas a
Comissão de Representação Permanente do Mercosul tem insistido em administrar o fundo.
O dinheiro será aplicado em
obras como estradas, pontes e
projetos de infra-estrutura que facilitem a integração entre os países e beneficiem as regiões mais
pobres. O fundo só vai começar a
funcionar quando os Congressos
aprovarem a iniciativa.
Licitações
O acordo que permite que as licitações governamentais sejam
abertas à participação dos quatro
países, com exceção de uma lista
de produtos sensíveis, deverá ser
concluído em Assunção. O acordo foi anunciado em Ouro Preto,
mas não foi enviado aos Congressos de cada país.
O bloco vai adiar mais uma vez
a solução para um de seus principais problemas: a incorporação
das normativas Mercosul. Cerca
de 1.500 decisões que já foram tomadas ainda não valem porque
não foram incorporadas pelos governos dos quatro países.
Além dos presidentes dos quatro países, participam do encontro os presidentes dos chamados
membros associados (Venezuela,
Equador, Chile e Peru). A Bolívia
também é membro associado,
mas, por causa da crise política
naquele país, o recém-empossado
presidente Eduardo Rodriguez
ainda não confirmou presença.
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