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Impacto da CPMF deve ser pequeno
da Reportagem Local
O aumento da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) de 0,20% para
0,38% pode elevar os preços dos
produtos em até 1,5% no período
de seis meses, segundo José Humberto Pires de Araújo, presidente
da Abras (Associação Brasileira de
Supermercados).
Os produtos mais elaborados, na
sua análise, serão os mais afetados
pela alta do imposto, pois passam
por mais etapas no processo de fabricação. Os básicos já sofrerão
menos os efeitos da CPMF -em
seis meses, diz Araújo, os preços
dos básicos podem subir 0,5%.
"Como esse imposto tem efeito
em cascata, quanto mais etapas de
produção, maior será o impacto
nos preços. Mas vale lembrar que o
imposto atinge diferentemente cada produto e a cadeia produtiva vai
estudar o que é possível absorver."
Araújo diz que os supermercados vão ter muita dificuldade para
repassar a alta do imposto para os
preços por conta da recessão. "Algumas empresas vão conseguir absorver e outras não. A negociação
será intensa."
O presidente da Abras lembra
que quando o dólar disparou, em
fevereiro, a tentativa das empresas
para aumentar preços foi grande,
mas depois "todo mundo recuou".
É provável agora, diz, que ocorra o
mesmo.
Para Omar Assaf, presidente da
Apas (Associação Paulista de Supermercados), o impacto da CPMF
nos preços não acontecerá de uma
única vez. "Ninguém terá coragem
de fazer isso, não há mercado que
possibilite esse aumento."
Mas é fato também, diz, que os
supermercados não têm condições
de absorver o aumento do imposto. Nos cálculos de Assaf, a alta da
CPMF vai resultar num aumento
de preços da ordem de 1% ao longo
dos próximos seis meses.
Segundo Assaf, a negociação entre as indústrias e os supermercados não será fácil. "Vai ter muita
negociação para que os preços não
subam."
Para Heron do Carmo, da Fipe, o
impacto da CPMF nos preços, se
ocorrer, será mínimo e impossível
de ser medido.
Quanto aos reajustes prometidos
por associações de classes, Heron
do Carmo diz que elas existem para isso. "É dever de ofício delas a
defesa de sua categoria", afirma.
A economia não comporta mais
aumentos, segundo Heron do Carmo. Se houvesse folga de demanda, já teríamos tido reajustes por
conta do efeito-câmbio e para
acertos de margens, diz. (FF e MZ)
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