FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília

Os reajustes nas tarifas telefônicas e de energia elétrica autorizados pelo governo neste mês terão impacto de 0,13 ponto percentual no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho.
Calculado pelo IBGE, o IPCA é o indicador que será usado pelo governo para acompanhar as metas inflacionárias que serão fixadas para os anos de 1999, 2000 e 2001.
O impacto de 0,13 ponto percentual representa 43,33% do IPCA de maio (que mediu uma inflação de 0,3%) e foi calculado para a Folha pelo próprio IBGE.
Segundo a gerente do Sistema Nacional de Índices de Preço do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a pressão do reajuste das tarifas sobre o IPCA de junho só poderá ser revertido pela queda de outros preços abrangidos pelo índice.
"Por enquanto, não há nada no cálculo do indicador de junho apontando queda de preços", disse Eulina. As metas inflacionárias de 1999, 2000 e 2001 deverão ser divulgadas pelo ministro Pedro Malan no final deste mês.
O impacto dos reajustes continuará acontecendo após junho. O aumento de energia, por exemplo, será aplicado em três parcelas. Segundo o IBGE, o impacto na inflação de julho medida pelo IPCA será de 0,08 ponto percentual. Em agosto, esse impacto será de 0,02 ponto percentual.
No caso das tarifas telefônicas, o impacto termina em julho (0,1 ponto percentual do IPCA).
O reajuste das tarifas de eletricidade foi anunciado na semana passada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). No país, o aumento médio foi de 11,32%.
O maior reajuste do setor (20,96%) está sendo praticado pela Metropolitana, empresa responsável pelo fornecimento de energia para o município de São Paulo e para outras cidades próximas da capital (como a Baixada Santista).
A Anatel anunciou anteontem o reajuste nas tarifas do serviço de telefonia fixa, que a partir da próxima terça-feira ficarão 6,57% mais caras, em média.


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