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INTEGRAÇÃO
Estratégia é concordar em esperar até 2003 para negociar liberalização agrícola
Mercosul tenta contornar veto francês
DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília
O Mercosul concorda em esperar
até 2003 para negociar a liberalização do comércio agrícola nas discussões com a União Européia sobre a formação de uma área de livre comércio entre os dois blocos.
Essa decisão poderá inverter o
veto da França ao início das negociações na próxima segunda-feira,
quando o Conselho de Ministros
da UE retomará a questão.
O Mercosul pretende ver as negociações lançadas durante a Reunião Cimeira da América Latina,
Caribe e União Européia, que
ocorre nos próximos dias 28 e 29
no Rio. O final será em 2005.
Essa decisão ainda deverá garantir ao Mercosul concessões da UE
na área agrícola mais favoráveis do
que aquelas que os europeus deverão fazer na Rodada do Milênio da
OMC (Organização Mundial do
Comércio), que termina em 2003.
"Essa perspectiva é real", afirmou ontem o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral de Assuntos de Integração,
Econômicos e de Comércio Exterior do Itamaraty.
A vantagem de esperar pelo fim
da Rodada do Milênio antes de colocar o tema agrícola na mesa de
negociações entre os dois blocos
está no fato de que, no âmbito da
OMC, a UE terá de enfrentar opositores mais fortes.
Tanto os Estados Unidos quanto
o Japão e a Coréia também são interessados na redução do grau de
proteção e de subsídios à agricultura da UE. Essa discussão, explica
Graça Lima, havia terminado com
"avanços modestos" na Rodada
Uruguai (1986-1993) da OMC.
Segundo Graça Lima, o Mercosul
vai privilegiar as negociações da
Rodada do Milênio. As concessões
a serem feitas na rodada serão
multilaterais e o Brasil, particularmente, quer manter seu comércio
com mercados diversificados.
Além disso, as concessões multilaterais são menores, em geral, do
que aquelas fechadas em um acordo de livre comércio.
Graça Lima negou que as negociações levem a um segundo choque de liberalização do comércio,
sem que se recebam concessões.
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