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SERVIÇOS MÉDICOS
Saúde fecha acordo "provisório" com empresas; mesmo clientes antigos poderão ter aumento diluído
Governo cede e plano de idoso terá reajuste
ISABEL VERSIANI
da Sucursal de Brasília
O Ministério da Saúde recuou e
vai permitir que as empresas de
planos de saúde e seguros reajustem preços dos seus serviços quando os clientes completarem 60
anos de idade. A medida vale para
contratos assinados antes de setembro de 1998. O acordo foi fechado nesta semana entre o Ministério da Saúde e a Fenaseg (Federação Nacional de Seguros).
O ministério chegou a proibir,
por meio de lei, os aumentos pelo
simples fato de os clientes completarem 60 anos. A única condição é
que esses clientes tivessem contribuindo para o plano por pelo menos dez anos.
As empresas do setor, por sua
vez, vinham contestando no STF
(Supremo Tribunal Federal) a
constitucionalidade da lei 9.656/
98. Segundo elas, a nova legislação
não poderia ser retroativa.
Ontem, o ministro José Serra
(Saúde) anunciou que, em vez de
esperar o STF julgar o caso, o governo decidiu fechar um acordo
"provisório" com a Fenaseg.
Com o acerto, as empresas ficaram autorizadas a conceder reajustes por mudança de faixa etária
a clientes a partir de 60 anos de idade que já estejam contribuindo
com o plano há mais de dez anos.
Mas os reajustes previstos em
contratos nesses casos terão de ser
diluídos no período de dez anos.
A lei dos planos de saúde determinou que os reajustes concedidos
por aumento de idade só podem
ser concedidos na mudança entre
sete faixas etárias: 0 a 17 anos, 18 a
29 anos, 30 a 39, 40 a 49, 50 a 59, 60
a 69 e mais de 70 anos.
Ficou proibido, no entanto, os
reajustes de preço por faixa etária
para os segurados de planos de
saúde com 60 anos de idade ou
mais que contribuíssem para a empresa por mais de dez anos.
Essa proibição, agora, valerá
apenas para os contratos celebrados depois de setembro de 1998.
Os consumidores com contratos
antigos que prevêem reajustes por
faixas etárias terão que pagar o aumento integral. O reajuste, no entanto, deverá ser concedido de forma parcelada, ao longo de dez
anos, e não aplicado de uma só vez,
como previam os contratos.
Serra disse que o governo optou
por fechar o acordo com a Fenaseg
para resguardar os consumidores
que estavam sendo obrigados a pagar o aumento integral por faixa
etária, até que o assunto fosse julgado pelo STF.
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