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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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POLÍTICA REGIONAL

Para o secretário Otaviano Canuto, projeto não deve sair do papel até o prazo estabelecido, em 2005

Fazenda vê 45% de chance da Alca fracassar

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Otaviano Canuto, disse ontem que o projeto de criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) tem 45% de chance de fracassar -e 40% de possibilidade de fracassar totalmente.
Para Canuto, há 45% de chance de que em 2005, de acordo com o cronograma estabelecido, seja criada uma "Alca pragmática", com avanços limitados, e apenas 10% de possibilidade de que se alcance um acordo mais amplo.
Canuto disse que a falta de avanços na reunião de vice-ministros de Relações Exteriores dos 34 países das Américas, realizada na semana passada, em El Salvador, fez com que, na sua análise, se reduzissem em cinco pontos percentuais as chances de criação da "Alca pragmática".
O secretário definiu a "Alca pragmática" como um acordo no qual os 34 países (todos da América, com exceção de Cuba) avancem substancialmente na redução de barreiras tarifárias e não-tarifárias às exportações intra-regionais de produtos industrializados, semi-industrializados e agrícolas.
Nesse cenário, Canuto imagina que poderia haver também avanços parciais em aspectos mais polêmicos, como exportações de serviços e os investimentos. Na prática, seria uma primeira etapa do que poderia vir a ser uma Alca no futuro.
Sempre ressaltando falar em nome da Fazenda -segundo ele, quem pode falar sobre o assunto em nome do Brasil são Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim-, Canuto disse que a concretização da Alca é importante para o Brasil.
Ele disse também que as agendas do Mercosul e da integração física da América do Sul não são excludentes com o projeto de integração continental. As declarações foram feitas em palestra na Câmara de Comércio Americana do Rio.
No caso de fracasso geral das negociações, Canuto disse que a tendência dos países seria uma regressão, definida por ele como "uma proliferação de acordos bilaterais".
Canuto admitiu que há uma divisão na sociedade brasileira em relação à criação da Alca e que isso é levado em conta pelo governo. Para ele, há muito desconhecimento no país sobre o que venha a ser o acordo.


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