São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

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NEGÓCIOS

Aquisições registram aumento

Retomada incentiva fusão de empresas

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento de fusões e aquisições de empresas começa a deslanchar, puxado pelo crescimento da economia e pelo aumento dos investimentos estrangeiros em operações de compra de controle de empresas locais.
Segundo pesquisa da PricewaterhouseCoopers foram fechados 188 negócios nos primeiros sete meses do ano, o mesmo patamar de igual período de 2003. A projeção da consultoria é de um total de 400 transações no ano. "Dessa forma, voltaremos ao patamar de 2002", diz Raul Beer, sócio da empresa.
As fusões e aquisições vinham em banho-maria desde janeiro mas aceleraram em junho e julho. Nos dois últimos dois meses foram fechados 69 negócios contra 55 em igual período do ano passado. "Foram os meses da virada", diz Beer.
Segundo ele, a reativação dos negócios vinha sendo percebida desde o início do segundo trimestre, quando a área de assessoria a fusões e aquisições da PwC viu aumentar o número de consultas de investidores, principalmente estrangeiros.
Segundo a pesquisa da PwC, 58% das transações realizadas nos sete primeiros meses do ano foram operações de compra de controle de empresas. No total, foram 109 aquisições de controle, sendo 47 por empresas estrangeiras -o mesmo patamar de 2001.
Os investimentos estrangeiros nesse tipo de operação cresceram 50% no período, invertendo a tendência declinante que vinha desde 1999. "As multinacionais retomam seus investimentos em fusões e aquisições, como uma forma mais rápida de entrar no país e desenvolver mercado do que partindo do zero e implantando uma empresa nova", diz.
Embora a atual reação dos investimentos em fusões e aquisições seja animadora, ela se dá em cima de uma base fraca, afirma Antônio Corrêa de Lacerda, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica).
Beer admite que a base de comparação da retomada atual é frágil, pois nos sete primeiros meses do ano passado foram registrados 190 negócios, enquanto em igual período de 2002 quando ocorreram 247 transações. No entanto, ele argumenta que em 2002 as fusões e aquisições caíram num tobogã a partir de agosto, despencando mês a mês. "Agora estamos invertendo essa curva."


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