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ECONÔMICO
Ex-presidente do banco é condenado a 5 anos e 8 meses em regime aberto
Calmon de Sá sofre nova condenação
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Sete anos após perder o controle do extinto Banco Econômico, o
ex-ministro Ângelo Calmon de Sá foi novamente condenado pela
Justiça Federal.
Em dois processos, o juiz Márcio Mafra Leal, da 2ª Vara Criminal da Bahia, condenou o ex-presidente do banco a 5 anos e 8 meses de prisão, em regime aberto,
além de multá-lo por gestão fraudulenta. Cabe recurso à decisão.
Em outros dois processos -de
um total de 28 que tramitam na
Justiça- em que foi condenado
em primeira instância, os advogados de Calmon de Sá recorreram
da decisão da Justiça.
Ontem, o ex-banqueiro estava
fora do país. Segundo funcionários de seu escritório, ele voltaria
dos EUA hoje à tarde. Seu advogado nos dois casos, Rivaldo Guimarães, não foi localizado ontem.
De acordo com a Justiça, Calmon de Sá teria autorizado empréstimos do Econômico para
empresas do mesmo grupo, o que
é proibido pela legislação.
Em uma das ações encaminhadas à Justiça Federal pelo Ministério Público, procuradores que
analisaram a contabilidade do
Econômico após a intervenção do
Banco Central, em agosto de 95,
constataram que o banco teria
emprestado mais de US$ 10,6 milhões à Colonizadora Vila Rica,
empresa que pertencia ao mesmo
grupo comandado por Calmon.
Ainda de acordo com a Justiça, a
Vila Rica era à época (90/91) devedora do Econômico e não dispunha de garantias suficientes para
honrar o empréstimo.
Em sua sentença, o juiz Mafra
Leal diz que "as operações descritas na denúncia revelam exatamente como esse administrador
encontrou uma fórmula aparente
para transferir recursos do banco
para empresa ligada, fato este vedado pela legislação brasileira".
Na contestação, os advogados
contratados pelo ex-banqueiro
tentaram descaracterizar o crime
de gestão fraudulenta, alegando
ausência de prejuízo para a instituição financeira, pois houve liquidação das operações.
Ainda em sua sentença, o juiz
diz que Calmon de Sá conhecia
bem a legislação. "Inteligente, arguto, bem articulado, serviu ao
governo brasileiro em postos de
primeiro escalão, o senhor Ângelo Calmon de Sá conhece como
poucos o sistema financeiro nacional e sabe o que a lei veda."
Calmon de Sá foi condenado ao
pagamento de 100 salários dias-multa (à base de cinco salários
mínimos o valor do dia-multa).
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