MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação deste mês vai ficar acima do previsto. Alimentos e câmbio são os principais fatores de pressão. Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), reajustou a taxa deste mês para 0,50%, contra 0,30% antes.
Os alimentos são os grandes vilões do momento. Nos últimos 30 dias, o aumento acumulado do setor foi de 1,65%, superior à taxa média de inflação do período, que foi de 0,89%. As altas ocorrem principalmente nos alimentos industrializados e há uma conjugação de fatores que explicam essa elevação.
Os preços internos de parte dos alimentos industrializados têm como referência os do mercado externo, que estão em alta. A alta dessas matérias-primas no mercado internacional provoca reajuste no mercado interno.
No caso brasileiro, há outro fator de pressão: o câmbio. A desvalorização do real encarece as importações, como o trigo, e acelera os preços internos de produtos exportados, como o óleo de soja.
Pãozinho e óleo de soja são os que mais contribuem para a alta da inflação, com aumento de 3,1% e 13,1%, respectivamente.
Dois itens preocupam a Fipe: trigo e petróleo. Novos reajustes nos preços do pão, devido à menor oferta, vão inibir a queda da inflação. A cada 10% de reajuste do pãozinho a inflação é de 0,12%. O petróleo pode ser mais um fator de pressão, principalmente se os EUA atacar o Iraque.


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