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SEM ESCOLHA
Funcionários dizem ser pressionados
Embratel estaria forçando empregados da empresa em São Paulo a aderir a plano de demissão
da Reportagem Local
A decisão da recém-privatizada
Embratel de terceirizar todo o
quadro funcional do centro de
serviços de telefonia internacional de São Paulo surpreendeu os
empregados.
Os 150 operadores alegam que
estão sendo pressionados pela
direção da empresa a aderir ao
programa de demissão voluntária, que garante incentivos trabalhistas, além dos estipulados por
lei, na rescisão do contrato.
"Nós não temos opção. Ou
aceitamos o plano, sem a garantia de contratação pela empresa
terceirizada, ou seremos todos
demitidos em fevereiro", afirma
Taís Regina Silva, que conquistou o seu primeiro emprego há
um ano e dois meses como operadora da Embratel.
Antes disso, era estudante e
cursou o magistério.
De acordo com as normas estabelecidas durante a privatização
do sistema, todos os empregados
têm estabilidade no emprego até
fevereiro.
"É tudo muito confuso. No início afirmaram que era um programa voluntário", reclama o
também operador Leonardo Lago, professor de inglês nas horas
vagas.
"Quem garante que teremos os
mesmos benefícios de hoje na
empresa terceirizada?", questiona a advogada Dione Silva Tavares, que trabalha no centro desde
1996.
Os funcionários também reclamam da falta de atuação do Sindicato dos Telefônicos no Estado
de São Paulo (Sintetel). "No Rio,
o sindicato local está mobilizando todo mundo. Aqui estamos
sendo ignorados", afirma Ivaneide de Souza.
Incentivos
O programa oferece dois salários-base ( em média de R$
665,00) e mais 30% de abono sobre o salário para cada ano trabalhado, segundo os funcionários.
Todos os empregados, no entanto, têm pouco tempo de casa. O
centro paulista foi inaugurado há
três anos.
O departamento de Recursos
Humanos da empresa em São
Paulo não quis se manifestar. De
acordo com a direção paulista,
toda as decisões e informações
estão concentradas no departamento de recursos humanos do
Rio de Janeiro.
No caso de São Paulo, o prazo
para adesão ao plano de demissões voluntárias termina no dia
26 de outubro , de acordo com os
funcionários.
(ANA FLORENCE)
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