São Paulo, segunda, 19 de outubro de 1998

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SEM ESCOLHA
Funcionários dizem ser pressionados

Embratel estaria forçando empregados da empresa em São Paulo a aderir a plano de demissão

da Reportagem Local

A decisão da recém-privatizada Embratel de terceirizar todo o quadro funcional do centro de serviços de telefonia internacional de São Paulo surpreendeu os empregados.
Os 150 operadores alegam que estão sendo pressionados pela direção da empresa a aderir ao programa de demissão voluntária, que garante incentivos trabalhistas, além dos estipulados por lei, na rescisão do contrato.
"Nós não temos opção. Ou aceitamos o plano, sem a garantia de contratação pela empresa terceirizada, ou seremos todos demitidos em fevereiro", afirma Taís Regina Silva, que conquistou o seu primeiro emprego há um ano e dois meses como operadora da Embratel.
Antes disso, era estudante e cursou o magistério.
De acordo com as normas estabelecidas durante a privatização do sistema, todos os empregados têm estabilidade no emprego até fevereiro.
"É tudo muito confuso. No início afirmaram que era um programa voluntário", reclama o também operador Leonardo Lago, professor de inglês nas horas vagas.
"Quem garante que teremos os mesmos benefícios de hoje na empresa terceirizada?", questiona a advogada Dione Silva Tavares, que trabalha no centro desde 1996.
Os funcionários também reclamam da falta de atuação do Sindicato dos Telefônicos no Estado de São Paulo (Sintetel). "No Rio, o sindicato local está mobilizando todo mundo. Aqui estamos sendo ignorados", afirma Ivaneide de Souza.


Incentivos O programa oferece dois salários-base ( em média de R$ 665,00) e mais 30% de abono sobre o salário para cada ano trabalhado, segundo os funcionários. Todos os empregados, no entanto, têm pouco tempo de casa. O centro paulista foi inaugurado há três anos.
O departamento de Recursos Humanos da empresa em São Paulo não quis se manifestar. De acordo com a direção paulista, toda as decisões e informações estão concentradas no departamento de recursos humanos do Rio de Janeiro.
No caso de São Paulo, o prazo para adesão ao plano de demissões voluntárias termina no dia 26 de outubro , de acordo com os funcionários.
(ANA FLORENCE)



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