São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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JUSTIÇA

Advocacia Geral da União afirma que vai recorrer da decisão no TRF

Liminar pára venda de ações do BB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma liminar da Justiça Federal em Brasília determinou a suspensão da venda das ações do Banco do Brasil prevista para o final do mês. A decisão é do juiz Jamil Rosa de Jesus, da 14ª Vara da Justiça Federal, a pedido da Unamib (União Nacional dos Acionistas Minoritários do BB).
O governo pode recorrer ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, órgão da segunda instância com sede em Brasília. A AGU (Advocacia Geral da União) informou que pretende entrar com o recurso "o mais rápido possível", mas não informou a data.
A Unamib moveu uma ação civil pública contra a União, o Banco do Brasil e o Banco Central, sustentando que as ações postas à venda são objeto de discussão judicial e que, por essa razão, não poderiam ser alienadas. É que haveria outra ação contestando a legalidade da sua emissão.

Fundamentos jurídicos
"Têm relevância os fundamentos jurídicos da ação civil pública", afirmou o juiz. Ele levou em conta, por exemplo, o argumento de que a subscrição das ações pela União (em 1996) reduziu a participação dos acionistas minoritários de 49% para cerca de 6% do capital social da instituição.
Na liminar, Jesus também considerou que a eventual venda das ações impediria o julgamento futuro da ação em que é contestada a emissão desses títulos.
Com a decisão, as ações subscritas pela União em 1996 ficam "indisponíveis". Ou seja, não podem ser vendidas enquanto a validade da sua emissão não for solucionada na Justiça ou a liminar não for cassada.
A tese da autora da ação sobre a ilegalidade da emissão das ações é que o aporte do capital social teria violado deliberação de assembléia, na época, sobre a necessidade de subscrição em dinheiro e não em títulos.
O Banco do Brasil informou, por meio de sua assessoria, que as pessoas interessadas em adquirir as ações do banco podem continuar a fazer suas reservas normalmente, mesmo com a liminar concedida pela Justiça Federal.
Segundo o BB, o que estará em curso até o dia 29 é apenas a reserva das ações. Ou seja, cada pessoa irá procurar um dos agentes que participam da oferta para dizer quantas ações do Banco do Brasil pretende comprar. A liminar suspende a venda, mas ela só será efetivada após o período aberto às reservas.


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