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JUSTIÇA
Advocacia Geral da União afirma que vai recorrer da decisão no TRF
Liminar pára venda de ações do BB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma liminar da Justiça Federal
em Brasília determinou a suspensão da venda das ações do Banco
do Brasil prevista para o final do
mês. A decisão é do juiz Jamil Rosa de Jesus, da 14ª Vara da Justiça
Federal, a pedido da Unamib
(União Nacional dos Acionistas
Minoritários do BB).
O governo pode recorrer ao
TRF (Tribunal Regional Federal)
da 1ª Região, órgão da segunda
instância com sede em Brasília. A
AGU (Advocacia Geral da União)
informou que pretende entrar
com o recurso "o mais rápido
possível", mas não informou a
data.
A Unamib moveu uma ação civil pública contra a União, o Banco do Brasil e o Banco Central,
sustentando que as ações postas à
venda são objeto de discussão judicial e que, por essa razão, não
poderiam ser alienadas. É que haveria outra ação contestando a legalidade da sua emissão.
Fundamentos jurídicos
"Têm relevância os fundamentos jurídicos da ação civil pública", afirmou o juiz. Ele levou em
conta, por exemplo, o argumento
de que a subscrição das ações pela
União (em 1996) reduziu a participação dos acionistas minoritários de 49% para cerca de 6% do
capital social da instituição.
Na liminar, Jesus também considerou que a eventual venda das
ações impediria o julgamento futuro da ação em que é contestada
a emissão desses títulos.
Com a decisão, as ações subscritas pela União em 1996 ficam "indisponíveis". Ou seja, não podem
ser vendidas enquanto a validade
da sua emissão não for solucionada na Justiça ou a liminar não for
cassada.
A tese da autora da ação sobre a
ilegalidade da emissão das ações é
que o aporte do capital social teria
violado deliberação de assembléia, na época, sobre a necessidade de subscrição em dinheiro e
não em títulos.
O Banco do Brasil informou,
por meio de sua assessoria, que as
pessoas interessadas em adquirir
as ações do banco podem continuar a fazer suas reservas normalmente, mesmo com a liminar
concedida pela Justiça Federal.
Segundo o BB, o que estará em
curso até o dia 29 é apenas a reserva das ações. Ou seja, cada pessoa
irá procurar um dos agentes que
participam da oferta para dizer
quantas ações do Banco do Brasil
pretende comprar. A liminar suspende a venda, mas ela só será efetivada após o período aberto às
reservas.
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