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JUSTIÇA
Deputado pode recorrer
Naya é condenado à prisão por sonegação
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O juiz Alexandre Libonati de
Abreu, da 2º Vara Federal Criminal do Rio, condenou o empresário e ex-deputado federal Sérgio
Naya a cinco anos e quatro meses
de prisão, em regime fechado,
mais multa de 4.000 salários mínimos (hoje, R$ 800 mil), sob a acusação de sonegação fiscal. De
acordo com a decisão, Naya poderá recorrer em liberdade.
Essa é a segunda condenação
em primeira instância do ex-deputado sob a mesma acusação.
Em setembro do ano passado ele
havia sido condenado, também
pela Justiça Federal do Rio, a quatro anos e oito meses de prisão,
mais multa.
Naya ficou nacionalmente conhecido em fevereiro de 1998,
quando o edifício Palace 2, erguido pela construtora Sersan, de sua
propriedade, desabou e matou oito pessoas. Em maio do ano passado o empresário foi absolvido
pela 33ª Vara Criminal do Rio da
acusação de responsabilidade pelo desabamento.
A condenação do juiz Alexandre de Abreu foi redigida na quarta-feira da semana passada (dia
13). De acordo com o texto, a Secretaria da Receita Federal apurou contra a Matersan Materiais
de Construção Ltda., do grupo de
Naya, créditos tributários no valor total de R$ 30,66 milhões.
Segundo a denúncia feita pelo
Ministério Público Federal, entre
1995 e 1996 foram feitas pela Matersan 31 remessas de dinheiro
para o exterior com a suposta finalidade de "aquisição de investimentos", no valor total de R$
8.328.338,39. Ainda de acordo
com a denúncia, todo o dinheiro
foi remetido para a empresa Limerik Portfolio Company S.A.,
100% pertencente a Naya.
"Numa palavra, o que aconteceu, concretamente, foi uma burla contábil, pois a empresa fiscalizada não adquiriu investimento
no exterior", diz o texto da denúncia reproduzido pelo juiz.
A Folha não localizou os advogados de Sérgio Naya ontem à
noite.
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