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Alca pode ser 1º conflito externo do governo Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
O cronograma de negociações
da Alca pode resultar em fevereiro
no primeiro ponto de conflito internacional do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ao menos se
mantida a premissa externada
por Guido Mantega, assessor econômico do presidente eleito.
"Vamos ter que recomeçar as
negociações da Alca. Existe uma
agenda que não pode ser cumprida", afirmou Mantega. "Em fevereiro existe um grupo de alíquotas
que teríamos que definir. Parece-me que não há tempo suficiente
para isso", completou.
Depois, contemporizou: "Estamos tendo recepção boa. Talvez o
Bush trate melhor o Lula do que
trata o Fernando Henrique".
Pela proposta acordada na reunião de ministros, em Quito
(Equador), no início deste mês, o
Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) terá até 15 de fevereiro para apresentar sua proposta inicial de abertura de mercado. Ou seja, apresentar um "esboço" dos setores em que pretende reduzir tarifas (e quais serão as
tarifas colocas à mesa para discussão com os outros países. Ainda
pelo atual cronograma, apenas
em 15 de julho do próximo ano é
que os governos devem apresentar as chamadas ofertas concretas
de abertura.
O eventual adiamento do cronograma foi rechaçado publicamente por Peter Allgeier, o vice-negociador de comércio dos
EUA, que esteve presente ontem
no mesmo seminário no qual
Mantega dera as declarações -e
com quem se encontrou, de maneira informal, no almoço.
Allgeier admitiu que "há ciclos
eleitorais" durante as negociações
-em clara referência ao processo
eleitoral brasileiro. Mas foi enfático ao afirmar que os EUA pretendem manter o atual cronograma.
O negociador, no entanto, disse
que pretende ouvir o novo governo. O encontro com representantes do presidente eleito deve ocorrer até quinta -quando termina
a visita oficial de Allgeier ao Brasil.
Allgeier também afirmou que
negociar a Alca significa "não deixar nada sobre a mesa". E acrescentou que subsídios agrícolas
são parte central das negociações.
A derrubada de barreiras agrícolas é de vital interesse para os países do Mercosul.
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