São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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Mudança fará ferrovia ganhar espaço de rodovia

DA REDAÇÃO

Uma saída para o Pacífico exigirá mudanças no sistema de transporte brasileiro. Pelo menos 60% dos transportes nacionais são pelo sistema rodoviário; 20%, pelo ferroviário; e os outros 20%, pelo hidroviário (fluvial e de cabotagem).
Estudos da Esalq mostram que o transporte ferroviário de soja é 79% mais caro que o fluvial. Já o rodoviário supera em 74% o ferroviário e em 211% o fluvial.
São previstas fortes mudanças para o sistema de transporte nos próximos 15 anos. Estimativas da Empresa Brasileira de Planejamento dos Transportes (Geipot), do Ministério dos Transportes, prevêem que o transporte de grãos pelo sistema rodoviário será de 24%, enquanto o ferroviário subirá para 55%. A utilização do sistema fluvial subirá para 11% e a navegação de cabotagem, para 10%. Com isso, o país estaria mais próximo dos padrões dos países desenvolvidos.
O transporte rodoviário será sempre uma opção para o atendimento ponta a ponta. Esse sistema tem custos fixos relativamente baixos, mas os variáveis são mais elevados.
O sistema fluvial se caracteriza por cargas volumosas, com baixo valor agregado e velocidade reduzida. Já o ferroviário tem custos reduzidos na movimentação de grandes quantidades de carga. As possíveis economias no transporte de grãos serão, basicamente, na utilização de ferrovias e hidrovias.
Atualmente, as áreas de fronteiras agrícolas têm de exportar grande parte de sua produção na forma de grãos, o que torna o produto brasileiro menos competitivo, principalmente quando o transporte é rodoviário. Começam a surgir, no entanto, pequenas esmagadoras nas fronteiras agrícolas mais avançadas, o que evita esse longo transporte de matérias-primas.
A saída brasileira pelo Pacífico poderá reduzir em até 7.400 quilômetros a distância percorrida por produtos brasileiros para alguns portos asiáticos, segundo o estudo. Muitos produtos brasileiros saem de Santos, passam pelo canal do Panamá, vão até San Francisco (Estados Unidos) para depois cruzar o Pacífico.
O estudo da BM&F diz que há necessidade da busca de novas formas e meios de transporte para a redução dos custos dos produtos brasileiros nos mercados do Extremo Oriente, com a utilização dos portos do Chile, do Peru e do Equador, situados na costa do Pacífico. (MZ)


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