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Mudança fará ferrovia ganhar espaço de rodovia
DA REDAÇÃO
Uma saída para o Pacífico exigirá mudanças no sistema de transporte brasileiro. Pelo menos 60%
dos transportes nacionais são pelo sistema rodoviário; 20%, pelo
ferroviário; e os outros 20%, pelo
hidroviário (fluvial e de cabotagem).
Estudos da Esalq mostram que
o transporte ferroviário de soja é
79% mais caro que o fluvial. Já o
rodoviário supera em 74% o ferroviário e em 211% o fluvial.
São previstas fortes mudanças
para o sistema de transporte nos
próximos 15 anos. Estimativas da
Empresa Brasileira de Planejamento dos Transportes (Geipot),
do Ministério dos Transportes,
prevêem que o transporte de
grãos pelo sistema rodoviário será
de 24%, enquanto o ferroviário
subirá para 55%. A utilização do
sistema fluvial subirá para 11% e a
navegação de cabotagem, para
10%. Com isso, o país estaria mais
próximo dos padrões dos países
desenvolvidos.
O transporte rodoviário será
sempre uma opção para o atendimento ponta a ponta. Esse sistema tem custos fixos relativamente
baixos, mas os variáveis são mais
elevados.
O sistema fluvial se caracteriza
por cargas volumosas, com baixo
valor agregado e velocidade reduzida. Já o ferroviário tem custos
reduzidos na movimentação de
grandes quantidades de carga. As
possíveis economias no transporte de grãos serão, basicamente, na
utilização de ferrovias e hidrovias.
Atualmente, as áreas de fronteiras agrícolas têm de exportar
grande parte de sua produção na
forma de grãos, o que torna o produto brasileiro menos competitivo, principalmente quando o
transporte é rodoviário. Começam a surgir, no entanto, pequenas esmagadoras nas fronteiras
agrícolas mais avançadas, o que
evita esse longo transporte de matérias-primas.
A saída brasileira pelo Pacífico
poderá reduzir em até 7.400 quilômetros a distância percorrida
por produtos brasileiros para alguns portos asiáticos, segundo o
estudo. Muitos produtos brasileiros saem de Santos, passam pelo
canal do Panamá, vão até San
Francisco (Estados Unidos) para
depois cruzar o Pacífico.
O estudo da BM&F diz que há
necessidade da busca de novas
formas e meios de transporte para
a redução dos custos dos produtos brasileiros nos mercados do
Extremo Oriente, com a utilização dos portos do Chile, do Peru e
do Equador, situados na costa do
Pacífico.
(MZ)
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