|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Amorim diz que não só empresário deve ser ouvido
PATRICIA COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Celso Amorim
(Relações Exteriores) respondeu ontem diplomaticamente
às críticas de empresários brasileiros e norte-americanos a
uma Alca (Área de Livre Comércio das Américas) menos
ambiciosa.
Os empresários defendem
uma Alca mais ampla, enquanto o governo prefere uma negociação limitada a determinados
temas. Segundo o ministro, as
negociações precisam levar em
conta não só os interesses dos
vários setores empresariais,
mas também os do Estado e os
da população em geral.
"Os empresários são muito
importantes, mas não são o
único setor. Há trabalhadores
também, a sociedade brasileira.
Nós ouvimos todos os setores,
conversamos com todos os setores, acho que nunca houve
um debate tão grande sobre a
Alca no Brasil."
O vice-presidente da República, José Alencar, mostrou-se
a favor de uma consulta abrangente aos empresários sobre a
Alca. Ele disse que, por conhecerem o mercado internacional, as empresas podem elaborar estudos setoriais "que ajudem o Itamaraty numa negociação que realmente consulte
os interesses nacionais".
Amorim afirmou que o governo quer uma Alca ampla,
mas "a palavra ampla tem que
ser sempre acompanhada da
palavra equilibrada, ela não pode ser ampla só para um lado".
Para o ministro, a Alca "não
pode ser ampla só, por exemplo, para a abertura da nossa
área industrial e não haver uma
abertura correspondente na
área agrícola" dos EUA. Mais
uma vez, Amorim defendeu a
flexibilização da Alca em temas
sensíveis para o país, como a
propriedade intelectual.
Ele é contra a proposta de um
acordo para a propriedade intelectual que vá além da OMC
(Organização Mundial do Comércio). "Tudo o que nós procuramos foi flexibilizar o acordo de propriedade intelectual
para ter uma produção de genéricos, para atender as pessoas que sofrem de Aids", disse
o ministro.
Texto Anterior: EUA barram defesa canadense de Alca ampla Próximo Texto: Zoellick ironiza Brasil em cerimônia Índice
|