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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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Amorim diz que não só empresário deve ser ouvido

PATRICIA COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) respondeu ontem diplomaticamente às críticas de empresários brasileiros e norte-americanos a uma Alca (Área de Livre Comércio das Américas) menos ambiciosa.
Os empresários defendem uma Alca mais ampla, enquanto o governo prefere uma negociação limitada a determinados temas. Segundo o ministro, as negociações precisam levar em conta não só os interesses dos vários setores empresariais, mas também os do Estado e os da população em geral.
"Os empresários são muito importantes, mas não são o único setor. Há trabalhadores também, a sociedade brasileira. Nós ouvimos todos os setores, conversamos com todos os setores, acho que nunca houve um debate tão grande sobre a Alca no Brasil."
O vice-presidente da República, José Alencar, mostrou-se a favor de uma consulta abrangente aos empresários sobre a Alca. Ele disse que, por conhecerem o mercado internacional, as empresas podem elaborar estudos setoriais "que ajudem o Itamaraty numa negociação que realmente consulte os interesses nacionais".
Amorim afirmou que o governo quer uma Alca ampla, mas "a palavra ampla tem que ser sempre acompanhada da palavra equilibrada, ela não pode ser ampla só para um lado".
Para o ministro, a Alca "não pode ser ampla só, por exemplo, para a abertura da nossa área industrial e não haver uma abertura correspondente na área agrícola" dos EUA. Mais uma vez, Amorim defendeu a flexibilização da Alca em temas sensíveis para o país, como a propriedade intelectual.
Ele é contra a proposta de um acordo para a propriedade intelectual que vá além da OMC (Organização Mundial do Comércio). "Tudo o que nós procuramos foi flexibilizar o acordo de propriedade intelectual para ter uma produção de genéricos, para atender as pessoas que sofrem de Aids", disse o ministro.


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