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ECONOMIA INTERNACIONAL
Entrada de capital estrangeiro recua para o menor nível em 5 anos; euro bate novo recorde histórico
Investidor externo foge dos EUA e dólar cai
DA REDAÇÃO
Os EUA enfrentaram, em setembro passado, o menor ingresso de capital estrangeiro dos últimos cinco anos. A notícia ampliou as incertezas sobre a capacidade norte-americana de financiar o seu enorme déficit comercial e colaborou para uma acentuada desvalorização do dólar.
O euro disparou e bateu novo
recorde histórico, encerrando o
dia a US$ 1,1896 em Londres. A
moeda chegou a ser negociada a
US$ 1,1932 no mercado americano, o maior valor desde o seu lançamento, em janeiro de 1999.
Para analistas, a queda do dólar
também se explica pelo receio de
que os EUA adotem medidas protecionistas destinadas a estancar o
seu déficit comercial. Ontem o
país anunciou cotas para produtos têxteis chineses (leia abaixo).
Segundo relatório do Departamento do Tesouro dos EUA, a
compra líquida (aquisições menos vendas) de ações e títulos
americanos feitas por estrangeiros caiu de US$ 50 bilhões, em
agosto, para apenas US$ 4 bilhões, em setembro.
A entrada líquida de capitais registrada em setembro foi a menor
desde setembro de 1998, quando
ocorreu a quebra da corretora de
investimentos Long-Term Capital Management. Na época, houve
uma grande crise de desconfiança
dos investidores internacionais.
A maior queda ocorreu na compra de títulos públicos, que recuou para US$ 5,6 bilhões. No
mês anterior, a captação líquida
tinha sido de US$ 25,1 bilhões, e,
nos oito primeiros meses do ano,
a média fora de US$ 24 bilhões.
Os EUA têm um déficit nas contas externas equivalente a 5% do
PIB (Produto Interno Bruto), ou
cerca de US$ 45 bilhões ao mês.
Para financiar o buraco, o país
precisa receber recursos estrangeiros em valor equivalente, seja
em investimentos diretos ou em
ações e títulos.
Quando cai o fluxo de recursos,
o dólar enfraquece, e é isso o que
tem ocorrido. Há dois anos, o euro valia cerca de US$ 0,90.
"Ainda é cedo para soar os sinos
e anunciar a morte do dólar, mas,
se a moeda continuar caindo, diminuirá o apetite por ativos americanos", disse Lara Rhame, economista sênior da corretora
Brown Brothers Harriman.
A queda do dólar na comparação com o euro e outras moedas
tende a frear o aumento do déficit
comercial. As importações tornam-se mais caras, enquanto as
exportações do país tendem a se
tornar mais competitivas.
Mas o dólar praticamente só
tem perdido valor diante de moedas que oscilam, que operam em
regimes de câmbio flutuante, e o
euro é a principal delas.
Os países da Ásia voltados para
as exportações adotam câmbios
fixos ou fazem pesadas intervenções no mercado cambial, para
manter suas moedas enfraquecidas e ampliar a competitividade
de seus produtos.
Isso evitou que ocorresse uma
queda ainda mais acentuada das
captações americanas. Os governos e bancos centrais asiáticos seguem comprando títulos do Tesouro americano, e a queda no
fluxo se deveu à fuga dos investidores do setor privado.
O Japão, por exemplo, tem batido recordes de intervenção cambial, fazendo compras maciças de
dólares. O país é o maior detentor
de títulos do Tesouro americano.
O total em mãos de japoneses subiu de US$ 451,3 bilhões, em agosto, para US$ 470,9 bilhões.
Em segundo aparece o Reino
Unido, com um total de US$ 139
bilhões. A China vem em terceiro,
com US$ 122,1 bilhões.
As reservas chinesas em moedas estrangeiras são de cerca de
US$ 400 bilhões. As reservas do
Japão atingiram um nível recorde,
de US$ 626,3 bilhões.
Com agências internacionais
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