|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bancos comemoram, mas dizem que 2003 ainda terá inflação alta
DA REPORTAGEM LOCAL
A elevação dos juros básicos de
22% para 25% surpreendeu o
mercado financeiro, que esperava
alta mais modesta, de dois pontos
percentuais. Mas a decisão foi
bem recebida por economistas e
instituições financeiras.
A maior parte dos analistas
acredita que, a partir de agora, as
expectativas de inflação-que
dispararam nos últimos meses-
podem começar a recuar. Isso dependerá, no entanto, da reação da
futura equipe econômica do PT
em relação à alta de ontem.
"Se a repercussão dentro do PT
for positiva, será um sinal de que a
próxima gestão do BC combaterá,
de fato, a inflação. Isso fará com
que as expectativas futuras
caiam", disse Fábio Akira, economista do JP Morgan.
Mas, mesmo que as expectativas recuem agora, 2003 será um
ano de inflação alta. Se por um lado a alta de juros deverá frear a inflação, por outro, tende a ter um
impacto negativo no crescimento
econômico e nas contas públicas.
Isso dependerá, no entanto, de
quanto tempo os juros permanecerão neste patamar.
Segundo estimativa do economista Alexandre Maia, da Gap Asset Management, se os juros se
mantiverem em 25% pelos próximos 12 meses, provocarão um
crescimento de R$ 11 bilhões da
dívida pública. "Há chances de os
juros recuarem daqui a alguns
meses. Com isso, o impacto sobre
a dívida será menor", diz Maia.
Apesar da alta da Selic, as projeções dos juros futuros no médio e
longo prazo caíram expressivamente ontem. Os contratos negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) com vencimentos a partir de julho fecharam
com taxas em queda, o que indica
a perspectiva de baixa nos juros
no próximo ano. No contrato
com vencimento em janeiro de
2004, os juros recuaram de
29,30% para 28,05% ao ano.
Texto Anterior: Indústria e comércio criticam juro maior Próximo Texto: Analista vê risco de efeito contrário Índice
|