São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

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Bancos comemoram, mas dizem que 2003 ainda terá inflação alta

DA REPORTAGEM LOCAL

A elevação dos juros básicos de 22% para 25% surpreendeu o mercado financeiro, que esperava alta mais modesta, de dois pontos percentuais. Mas a decisão foi bem recebida por economistas e instituições financeiras.
A maior parte dos analistas acredita que, a partir de agora, as expectativas de inflação-que dispararam nos últimos meses- podem começar a recuar. Isso dependerá, no entanto, da reação da futura equipe econômica do PT em relação à alta de ontem.
"Se a repercussão dentro do PT for positiva, será um sinal de que a próxima gestão do BC combaterá, de fato, a inflação. Isso fará com que as expectativas futuras caiam", disse Fábio Akira, economista do JP Morgan.
Mas, mesmo que as expectativas recuem agora, 2003 será um ano de inflação alta. Se por um lado a alta de juros deverá frear a inflação, por outro, tende a ter um impacto negativo no crescimento econômico e nas contas públicas. Isso dependerá, no entanto, de quanto tempo os juros permanecerão neste patamar.
Segundo estimativa do economista Alexandre Maia, da Gap Asset Management, se os juros se mantiverem em 25% pelos próximos 12 meses, provocarão um crescimento de R$ 11 bilhões da dívida pública. "Há chances de os juros recuarem daqui a alguns meses. Com isso, o impacto sobre a dívida será menor", diz Maia.
Apesar da alta da Selic, as projeções dos juros futuros no médio e longo prazo caíram expressivamente ontem. Os contratos negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) com vencimentos a partir de julho fecharam com taxas em queda, o que indica a perspectiva de baixa nos juros no próximo ano. No contrato com vencimento em janeiro de 2004, os juros recuaram de 29,30% para 28,05% ao ano.


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