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QUEDA-DE-BRAÇO
Indústrias culpam reajuste das siderúrgicas
Eletrônicos e montadoras ameaçam aumentar preços por causa do aço
ADRIANA MATTOS
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ameaças de aumentos de preços nos produtos de imagem e
som e nos automóveis foram feitas ontem por representantes dos
dois setores. Esse é mais um capítulo da queda-de-braço que ocorre atualmente entre vários setores
produtivos e as siderúrgicas, que
pretendem elevar o preço do aço
entre 10% e 15% em janeiro.
Fabricantes de eletrônicos informaram, em nota, que podem
reajustar os seus produtos de 6%
a 8%, segundo a Eletros, entidade
do setor. Revendas de automóveis
ouvidas pela Folha esperam reajuste superior a 5%.
Em comunicado da Eletros, a
entidade informa que "as altas de
custos têm ocorrido em insumos,
energia elétrica e mão-de-obra" e
"o setor não tem mais condições
de manter os preços inalterados".
Segundo um levantamento da
entidade com associados, a defasagem de custos está entre 6% e
8% e, por conta disso, há a necessidade de reajustes dessa ordem.
De janeiro a novembro os eletrônicos já registraram aumento
de 7,2%. A inflação no período
(IPC-Fipe) foi de 7,7%. Novos
reajustes podem ocorrer num
momento de recuperação nas
vendas -que ocorre no último
trimestre tanto no setor eletrônico quanto no automobilístico.
O presidente da GM, Walter
Wieland, em entrevista à Folha
publicada na segunda-feira, disse
que "o aumento de preços de janeiro deverá ficar entre 5% e
5,5%".
Ontem, a Anfavea (associação
das montadoras) emitiu um comunicado no qual sustenta que os
novos aumentos do insumo "não
se justificam", informa.
"Isso [os aumentos] não se justifica porque os custos de produção do aço nacional, seguramente, são bem inferiores aos custos
no mercado internacional até
porque os investimentos de base
na siderurgia já foram em grande
parte amortizados", diz Ricardo
Carvalho, presidente da Anfavea.
José Armando Campos, presidente do IBS (Instituto Brasileiro
de Siderurgia), rebateu as reclamações afirmando, anteontem,
que apenas segue a cotação internacional e quem reclama ""está
olhando apenas seu negocinho,
seu mundinho".
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