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São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

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QUEDA-DE-BRAÇO

Indústrias culpam reajuste das siderúrgicas

Eletrônicos e montadoras ameaçam aumentar preços por causa do aço

ADRIANA MATTOS
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ameaças de aumentos de preços nos produtos de imagem e som e nos automóveis foram feitas ontem por representantes dos dois setores. Esse é mais um capítulo da queda-de-braço que ocorre atualmente entre vários setores produtivos e as siderúrgicas, que pretendem elevar o preço do aço entre 10% e 15% em janeiro.
Fabricantes de eletrônicos informaram, em nota, que podem reajustar os seus produtos de 6% a 8%, segundo a Eletros, entidade do setor. Revendas de automóveis ouvidas pela Folha esperam reajuste superior a 5%.
Em comunicado da Eletros, a entidade informa que "as altas de custos têm ocorrido em insumos, energia elétrica e mão-de-obra" e "o setor não tem mais condições de manter os preços inalterados".
Segundo um levantamento da entidade com associados, a defasagem de custos está entre 6% e 8% e, por conta disso, há a necessidade de reajustes dessa ordem.
De janeiro a novembro os eletrônicos já registraram aumento de 7,2%. A inflação no período (IPC-Fipe) foi de 7,7%. Novos reajustes podem ocorrer num momento de recuperação nas vendas -que ocorre no último trimestre tanto no setor eletrônico quanto no automobilístico.
O presidente da GM, Walter Wieland, em entrevista à Folha publicada na segunda-feira, disse que "o aumento de preços de janeiro deverá ficar entre 5% e 5,5%".
Ontem, a Anfavea (associação das montadoras) emitiu um comunicado no qual sustenta que os novos aumentos do insumo "não se justificam", informa.
"Isso [os aumentos] não se justifica porque os custos de produção do aço nacional, seguramente, são bem inferiores aos custos no mercado internacional até porque os investimentos de base na siderurgia já foram em grande parte amortizados", diz Ricardo Carvalho, presidente da Anfavea.
José Armando Campos, presidente do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), rebateu as reclamações afirmando, anteontem, que apenas segue a cotação internacional e quem reclama ""está olhando apenas seu negocinho, seu mundinho".


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