|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indústria inicia 2008 com baixos estoques
Estimativa da CNI é que nível seja o menor desde 2005 e que tendência é começar ano em ritmo acelerado para recompor oferta
Entidade prevê perda de ritmo ao longo do ano devido a
ganho menor com exportação e a menor capacidade do
consumidor de se endividar
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) prevê que as
indústrias vão iniciar 2008 com
os estoques no nível mais baixo
desde janeiro de 2005. Devido
ao risco de falta de produtos, a
tendência é que as empresas
comecem o próximo ano em
ritmo acelerado para recompor
a oferta de mercadorias.
Para atender o comércio, que
neste Natal oferece juro baixo
em relação a anos anteriores e
prazos longos de pagamento,
segmentos como os das cadeias
automobilística, alimentícia e
de fabricação de móveis operam em três turnos e devem
cancelar férias coletivas.
Ao fazer um balanço do setor
industrial, o presidente da CNI,
deputado Armando Monteiro
Neto (PTB-PE), destacou que o
maior crescimento esperado é
para o último trimestre deste
ano e que esse efeito vai fazer as
fábricas iniciarem 2008 em ritmo embalado. "Há um forte impulso no fim deste ano que irá
se transferir para 2008."
Como a entidade projeta para este último trimestre expansão de 5,6% da economia e alta
de 6,1% na produção, a avaliação é que 2008 começa com
crescimento mínimo de 3,5%
para a atividade industrial.
A despeito dessa previsão
otimista, a tendência é que o
ritmo vá perdendo força nos
meses seguintes devido à menor rentabilidade obtida com a
exportação e a um certo esgotamento da capacidade de endividamento do consumidor. Enquanto para este ano a CNI estima expansão de 5,3% para a
indústria em geral (5,8% para a
indústria da transformação),
para 2008 a estimativa é de 5%.
A indústria se prepara para o
quinto ano seguido de expansão, com a expectativa de ampliar investimento na capacidade instalada e com o anseio
de que o mercado interno continue aquecido. Para os economistas José Ronaldo de Souza,
do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), e André
Macedo, do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), o cenário vai se manter
favorável pois, assim como em
2007, também em 2008 a tendência é a ampliação do crédito,
o aumento da oferta de trabalho formal e da renda das famílias e a continuidade da queda
dos juros nos financiamentos.
O economista-chefe para
América Latina do banco ABN
e ex-diretor do Banco Central,
Alexandre Schwartsman, também salienta que o setor industrial irá ingressar no próximo
ano em ritmo acelerado. Para
ele, a perspectiva é que a produção se mantenha aquecida e se
estabilize nos meses seguintes
em patamar elevado em comparação aos anos anteriores.
O risco ao cenário favorável,
aponta Schwartsman, seria a
ampliação dos investimentos
em nível insuficiente para assegurar a capacidade das empresas em atender a demanda sem
que haja risco de aumento de
preços.
Ao anunciar as perspectivas
para 2008, o presidente da CNI
descartou risco de pressão inflacionária. Ele, contudo, disse
que alguns setores devem aproveitar a não-prorrogação da
CPMF para ampliar a margem
de lucratividade.
Texto Anterior: Previdência tem o menor déficit do ano em novembro Próximo Texto: Exportadores prevêem que superávit caia 22% em 2008 Índice
|