São Paulo, terça, 20 de janeiro de 1998.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fernando Bezerra responsabiliza sua assessoria pela medida
Reajuste deixa o presidente da CNI em situação constrangedora

da Reportagem Local

A forma como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) adotou o aumento da contribuição sindical provocou situação constrangedora para o presidente da entidade, Fernando Bezerra.
Em reunião fechada da diretoria, na última quinta-feira, Bezerra ouviu protestos de quase todos os presidentes das 27 federações estaduais. No caso da indústria, o aumento foi decidido a partir de resolução firmada por Bezerra, "ad referendum" da diretoria, no final do ano.
Bezerra explicou aos diretores que existe uma defasagem e que houve entendimento entre as demais confederações para repor parte dessas perdas.
As críticas foram tão fortes, segundo alguns dos participantes, que Bezerra desculpou-se, tendo admitido que foi levado a um erro pela sua assessoria.
Numa espécie de "solidariedade" a Bezerra, a diretoria da CNI aprovou a medida, por julgar que seria muito desgastante para a imagem da entidade desautorizar o presidente.
A CNI decidiu, depois, criar um grupo de trabalho para fazer um estudo geral sobre a questão controvertida da contribuição sindical.
Protesto na Fiesp

Até a semana passada, a questão ficou limitada a reclamações isoladas: as federações repassaram as tabelas para os sindicatos sem questionar a mudança.
O aumento da contribuição sindical também foi tema de protesto, ontem, na reunião semanal da diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O presidente da Abinee, Nelson Freire, foi o primeiro a protestar contra a medida e classificou o aumento de "absurdo".
Outros diretores também fizeram críticas, acolhidas pelo presidente da entidade, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que, no entanto, não entrou no mérito da questão.
O Sinduscon-SP (que reúne as indústrias de construção) está realizando uma discussão interna. As empresas não vêem justificativa para o aumento.
Bezerra, da CNI, foi procurado, ontem, pela Folha, em Brasília e no Rio de Janeiro. Sua assessoria informou que ele estava viajando. (FV)




Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.