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Ministro diz
que aumento
é indevido
da Reportagem Local
O ministro Almir Pazzianotto,
do Superior Tribunal do Trabalho,
considera que o aumento no valor
da contribuição sindical em até
200% é duplamente indevido.
Pazzianotto afirma que, em pri
meiro lugar, nem mesmo há obri
gatoriedade de pagamento pelo as
sociado, pois a Constituição de
1988 privilegia o direito de
não-sindicalização.
"Em um segundo momento, se
o pagamento fosse devido, teria
que ser cumprida à risca a lei, que
não pode ser interpretada ao sabor
dos interesses do órgão arrecada
dor", diz.
Segundo o ministro, quem inter
preta a lei é a Justiça e esse aumen
to não pode ser estipulado pelas
confederações.
"Para a grande maioria das em
presas, essa contribuição repre
senta um ônus inútil."
O advogado trabalhista Cássio
Mesquita Barros compartilha a
mesma opinião. "A atualização
dos valores da contribuição não
deve seguir critérios particulares."
Para Mesquita de Barros, o au
mento é um exagero e, em princí
pio, não deveria ser aceito porque
as empresas já estão passando por
um período de "vacas magras".
A experiência é, segundo o advo
gado, a reiteração de um sistema
que não tem dado bons resultados.
"O aumento pode ser um mau
exemplo e fruto de um sistema que
faz contraposição ao que é aceito
internacionalmente", diz.
Isso porque o sistema brasileiro
decorre de uma posição de desa
vença com modelos que são segui
dos em todo o mundo, onde não
há obrigatoriedade de filiação.
"Além disso, aqui o dinheiro
tem ido para construção de pré
dios opulentos que servem como
sede de confederações e quase não
tem voltado como benefício para o
empregado."
Segundo Mesquita Barros, já
existe um projeto em trâmite na
Câmara para que a contribuição
sindical deixe de ser compulsória e
torne-se uma opção voluntária
dos trabalhadores.
A reportagem da Folha procu
rou os candidatos à presidência da
Fiesp Joseph Couri e Horácio Lafer
Piva que, até às 22h de ontem, não
foram encontrados.
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