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AGRICULTURA
Governo quer que Estados zerem o ICMS
FHC pede união para reduzir impostos
ISABEL VERSIANI
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso conclamou ontem
os Estados a fazer um esforço
coordenado com o governo federal para reduzir impostos cobrados sobre máquinas e implementos agrícolas.
"Sei que há rumores sobre a
anulação do IPI (Imposto sobre
Produto Industrializado). Eu lanço um repto: quem sabe o ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) também?
Se os governadores se juntarem a
nós, será um impulso adicional à
redução e ao barateamento para a
produção agrícola", afirmou o
presidente, em solenidade no Palácio do Planalto.
Após o discurso do presidente,
o ministro Pedro Parente (Casa
Civil) afirmou aos jornalistas que
o governo poderá se dispor a negociar a concessão da isenção do
IPI sobre esses produtos, que é de
5%, se os Estados se dispuserem a
zerar o ICMS.
O presidente do Fórum Nacional de Secretários de Agricultura,
Haroldo Vasconcelos, afirmou
que, em princípio, os Estados são
receptivos à idéia do acordo sugerido por FHC. Segundo ele, o
ICMS cobrado sobre tratores e
colheitadeiras varia entre 7,5% e
13%.
Em solenidade no Palácio do
Planalto, o presidente anunciou a
redução das taxas de juros cobradas nas linhas de crédito operadas
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
para esses produtos de 11,95% ao
ano para 10,75% ao ano (grandes
produtores) e 8,75% ao ano (pequenos e médios produtores).
O prazo desse financiamento
também foi alongado de cinco
anos para seis anos (tratores) e oito anos (colheitadeiras).
A medida faz parte do programa Brasil Empreendedor Rural,
lançado ontem. Ao todo, foram
anunciadas 15 medidas para o setor.
Crédito
Para ampliar o crédito agrícola,
o governo permitiu que a CPR
(Cédula do Produto Rural), título
usado para financiar o plantio da
safra, passe a ser passível de liquidação financeira.
Atualmente, a CPR só pode ser
trocada por produtos agrícolas.
Com a mudança, investidores que
não operam normalmente no
agribusiness, como fundos de
pensão, passarão a poder negociar as CPRs.
Seguro
Para estimular a entrada de outras companhias de seguro rural
no mercado, o governo fortaleceu
o Fundo de Estabilidade usado
para garantir o equilíbrio desse
sistema e amenizar efeitos decorrentes de catástrofes climáticas.
O fundo ficou desobrigado de
repassar o seu saldo -atualmente de R$ 60 milhões- ao Tesouro
ao final de cada exercício fiscal.
Estrangeiros
Foi anunciada a autorização para que investidores estrangeiros
passem a operar no mercado de
opções agrícola. Nesse mercado,
o investidor negocia a opção de
comprar um produto agrícola, no
futuro, por determinado preço.
Assentamentos
Liberação de R$ 350 milhões para iniciar as operações de assentamento de 23,5 mil famílias por
meio do Banco da Terra.
Crescimento
FHC disse que o governo está
convencido de que a retomada do
crescimento, com a tendência declinante da taxa de juros e com a
manutenção do controle da inflação, é "uma realidade ao alcance
da nossa mão".
Colaborou William França, da Sucursal de
Brasília
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