|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREVIDÊNCIA
Aporte evitaria medida
Quatro fundos devem sofrer intervenção
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Secretaria de Previdência
Complementar pode decretar
ainda neste mês intervenção em
quatro fundos de pensão patrocinados por empresas privadas.
Antes de tomar a decisão, vai negociar com os fundos e suas patrocinadoras a colocação de mais
dinheiro no caixa das entidades
de previdência complementar.
A Folha apurou que entre as entidades na mira da secretaria estão um dos 20 maiores fundos de
pensão do país e uma instituição
ligada à Igreja Episcopal.
Juntas, as quatro entidades precisam do aporte de R$ 800 milhões para evitar a intervenção.
Pela proposta em estudo no Ministério da Previdência Social, as
empresas poderiam repassar esse
dinheiro aos fundos num prazo
de até 20 anos.
Na semana que vem, a secretária de Previdência Complementar, Solange Vieira, convocará os
presidentes das patrocinadoras
para negociar uma saída para o
problema.
Se as empresas se dispuserem a
injetar dinheiro nos fundos, a intervenção não será necessária. Diferentemente das patrocinadoras
estatais, as privadas podem cobrir
os rombos atuariais de seus fundos sem que haja limites.
As empresas estatais são proibidas de fazer aportes para garantir
o equilíbrio dos fundos. O ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, tem afirmado que isso
transferiria o custo do rombo para a sociedade, pois os recursos
das estatais desviados para os fundos têm impacto na conta do Tesouro Nacional.
Primeira intervenção
Nesta semana, a Secretaria de
Previdência Complementar decretou a primeira intervenção em
um fundo de empresa privada, o
Orius. A entidade é patrocinada
por um empresa privada (Orion
S/A). A empresa, que tem sede em
São José dos Campos, não está repassando suas contribuições ao
fundo, comprometendo a manutenção da entidade e o seu patrimônio. A dívida da empresa com
o fundo é de R$ 3,6 milhões.
Entre as entidades patrocinadas
por empresas estatais, a atuação
da secretaria já atingiu seis fundos. O Cibrius (Conab), o Fapece
(Emater no Ceará), o Silius (Companhia Estadual de Silos do Rio
Grande do Sul) e o Saneprevi
(Companhia de Saneamento do
Mato Grosso) estão sob intervenção oficial.
Para a Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil e o
maior do país, e para o Corsan (da
Companhia de Saneamento Riograndense), a Previdência nomeou um diretor-fiscal -a chamada intervenção branca.
No caso da Previ, o diretor-fiscal deverá apresentar nos próximos dias um relatório sobre a situação da entidade e algumas
propostas para tentar resolver os
problemas já identificados.
Na próxima semana, a secretaria vai pôr na Internet
(www.previdenciasocial.gov.br)
as taxas de corretagem pagas pelos fundos de pensão e a rentabilidade das aplicações financeiras
feitas pelas entidades.
(JULIANNA SOFIA, VALDO CRUZ E VIVALDO DE SOUSA)
Texto Anterior: BC informa juros errados em site Próximo Texto: 'Ovino louco': Ovelhas importadas terão de ser abatidas Índice
|