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Concentração no sistema bancário vai prosseguir
DA REPORTAGEM LOCAL
As aquisições feitas pelo
Bradesco e Itaú, desde o
ano passado, estão redimensionando o setor bancário brasileiro. Hoje, os
quatro maiores bancos
-Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica
Federal e Itaú- são donos de R$ 610,7 bilhões
em ativos.
Todos superam a casa
dos R$ 100 bilhões em ativos, abrindo uma distância enorme em relação ao
"segundo pelotão" do
ranking [veja quadro nesta página".
Do quinto ao oitavo colocados no ranking estão
bancos cujos ativos se situam entre R$ 35,3 bilhões e R$ 69,4 bilhões.
Juntos, eles detém
R$ 209,4 bilhões, quase
um terço do total de ativos
do primeiro pelotão.
Repensar estratégias
Nesse segundo bloco estão instituições que nos
anos 80 eram catalogadas
entre as grandes do sistema
financeiro e que, segundo
um analista ouvido pela
Folha, terão de repensar
suas estratégias.
Segundo Fernando Coelho, analista da ABM Consulting, a concentração do
sistema bancário vai continuar nos próximos anos.
"Os bancos privados não
têm muita escolha: ou
compram ou serão comprados, porque precisam
ganhar escala para enfrentar a queda do "spread" bancário", diz Coelho.
O "spread" é a diferença
entre o juro pago pelo banco na captação e o que ele
cobra na ponta do crédito;
é o que determina o seu ganho.
Na opinião de Coelho, o
"spread" deverá cair gradualmente, com a redução
dos juros. "E os bancos terão de substituir os ganhos
atuais com as altas taxas
por maior volume de aplicações." Essa, segundo ele,
seria a lógica por trás dos
últimos movimentos no setor.
(SANDRA BALBI)
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