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FOLHAINVEST
MERCADO FINANCEIRO
Possível ataque ao Iraque, vencimento de opções e decisão sobre taxa de juros mobilizam investidores
Copom e guerra devem dominar a semana
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ameaça de guerra, reunião do
Copom e vencimento de opções
hoje mobilizam atenções de investidores na semana.
A possibilidade de ataque ao
Oriente Médio, combinada ao feriado de hoje nos EUA (dia de
Martin Luther King) e acrescida
de vencimento de opções, torna o
dia de hoje "meio esquisito".
"Se houver uma operação militar com o mercado americano fechado, o brasileiro sofreria os efeitos antes. Conforme analistas estrangeiros perceberem sinais de
guerra rápida ou não, investidores tenderão a comprar ou vender
onde der para operar", diz um
gestor que não quer se identificar.
O vencimento da série de R$ 30
de Telemar -com valor de
R$ 28,87, em razão de dividendo
pago (R$1,13)- poderá trazer alguma agitação à Bolsa. O papel fechou a R$ 28,82 no último pregão.
Estrangeiros
Se os EUA não atacarem, investidores estrangeiros podem voltar
às compras e impulsionar os negócios a partir de terça-feira.
"Com a proximidade do feriado
e o risco de guerra, ninguém quis
ficar comprado no longo fim de
semana", diz Walter Mendes, diretor da Schroeder.
Para boa parte do mercado, o
Copom (Comitê de Política Monetária) decidirá manter os juros
básicos da economia em sua reunião de amanhã e quarta-feira.
Para alguns, porém, o mercado
estaria "bem dividido" entre a
manutenção da taxa em 25% e
um aumento de meio ponto percentual. "Sem novos problemas
externos, a taxa será mantida, sem
viés, e em fevereiro viria um corte
mais agressivo", disse um gestor.
"Não há um balizamento [pela
troca de comando" para saber o
que o Copom vai fazer. Acho que
não vai aumentar, e o mercado
não ficará surpreso com isso porque metade, pelo menos, espera
hoje, sem agravamento da situação externa, a manutenção."
O vencimento de US$ 1,33 bi de
swap cambial na quarta-feira, dia
da decisão do Copom, deverá ser
tranquilo. O Banco Central já rolou 87,9% do vencimento.
Guerra
A possível guerra já estaria nos
preços, mas uma guerra rápida.
Se for anunciado o ataque, analistas esperam um efeito negativo
sobre o preço dos ativos, mas apenas temporário, a menos que o
conflito seja longo e se espalhe.
Os índices de preços têm registrado uma queda gradual, mas
demandariam estabilidade maior
do dólar. "Não basta o recuo do
câmbio. Precisa ficar menos volátil, porque a instabilidade gera insegurança, o que dificulta a queda
de preços", diz Walter Mendes.
Hoje sai a segunda quadrissemana de janeiro do IPC-Fipe,
amanhã, a segunda prévia do
IGP-M do mês e, na quarta-feira,
o IGP-10 do mesmo período. Na
sexta-feira, será divulgado o
IPCA-15 de janeiro.
BrasilCel
A operação de compra do controle da Tele Centro Oeste (TCO)
pela BrasilCel (holding da Telesp
Celular e da Telefônica celular no
Brasil) ainda suscita dúvida, especulação e volatilidade das ações.
Analistas sugerem esperar melhores condições de definição do
preço justo dos papéis.
Na sexta-feira, as maiores baixas do dia foram de Telesp Celular
PN (6,6%). Embora os preferencialistas da companhia tenham sido mais prejudicados, as ações
ON caíram 7,6% (TCP) e 5,7%
(TCO).
Na véspera, as ordinárias de
TCO haviam subido 21,81%. Os
detentores dessas ações, diferentemente dos preferencialistas,
têm direito a 80% do valor pago
aos ex-controladores.
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