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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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FOLHAINVEST

MERCADO FINANCEIRO

Possível ataque ao Iraque, vencimento de opções e decisão sobre taxa de juros mobilizam investidores

Copom e guerra devem dominar a semana

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ameaça de guerra, reunião do Copom e vencimento de opções hoje mobilizam atenções de investidores na semana.
A possibilidade de ataque ao Oriente Médio, combinada ao feriado de hoje nos EUA (dia de Martin Luther King) e acrescida de vencimento de opções, torna o dia de hoje "meio esquisito".
"Se houver uma operação militar com o mercado americano fechado, o brasileiro sofreria os efeitos antes. Conforme analistas estrangeiros perceberem sinais de guerra rápida ou não, investidores tenderão a comprar ou vender onde der para operar", diz um gestor que não quer se identificar.
O vencimento da série de R$ 30 de Telemar -com valor de R$ 28,87, em razão de dividendo pago (R$1,13)- poderá trazer alguma agitação à Bolsa. O papel fechou a R$ 28,82 no último pregão.

Estrangeiros
Se os EUA não atacarem, investidores estrangeiros podem voltar às compras e impulsionar os negócios a partir de terça-feira.
"Com a proximidade do feriado e o risco de guerra, ninguém quis ficar comprado no longo fim de semana", diz Walter Mendes, diretor da Schroeder.
Para boa parte do mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidirá manter os juros básicos da economia em sua reunião de amanhã e quarta-feira. Para alguns, porém, o mercado estaria "bem dividido" entre a manutenção da taxa em 25% e um aumento de meio ponto percentual. "Sem novos problemas externos, a taxa será mantida, sem viés, e em fevereiro viria um corte mais agressivo", disse um gestor.
"Não há um balizamento [pela troca de comando" para saber o que o Copom vai fazer. Acho que não vai aumentar, e o mercado não ficará surpreso com isso porque metade, pelo menos, espera hoje, sem agravamento da situação externa, a manutenção."
O vencimento de US$ 1,33 bi de swap cambial na quarta-feira, dia da decisão do Copom, deverá ser tranquilo. O Banco Central já rolou 87,9% do vencimento.

Guerra
A possível guerra já estaria nos preços, mas uma guerra rápida.
Se for anunciado o ataque, analistas esperam um efeito negativo sobre o preço dos ativos, mas apenas temporário, a menos que o conflito seja longo e se espalhe.
Os índices de preços têm registrado uma queda gradual, mas demandariam estabilidade maior do dólar. "Não basta o recuo do câmbio. Precisa ficar menos volátil, porque a instabilidade gera insegurança, o que dificulta a queda de preços", diz Walter Mendes.
Hoje sai a segunda quadrissemana de janeiro do IPC-Fipe, amanhã, a segunda prévia do IGP-M do mês e, na quarta-feira, o IGP-10 do mesmo período. Na sexta-feira, será divulgado o IPCA-15 de janeiro.

BrasilCel
A operação de compra do controle da Tele Centro Oeste (TCO) pela BrasilCel (holding da Telesp Celular e da Telefônica celular no Brasil) ainda suscita dúvida, especulação e volatilidade das ações. Analistas sugerem esperar melhores condições de definição do preço justo dos papéis.
Na sexta-feira, as maiores baixas do dia foram de Telesp Celular PN (6,6%). Embora os preferencialistas da companhia tenham sido mais prejudicados, as ações ON caíram 7,6% (TCP) e 5,7% (TCO).
Na véspera, as ordinárias de TCO haviam subido 21,81%. Os detentores dessas ações, diferentemente dos preferencialistas, têm direito a 80% do valor pago aos ex-controladores.


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