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Cai procura por proteção contra oscilação cambial
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar mais barato do que
aquele vendido poucos meses
atrás não anima as empresas
com obrigações em moeda estrangeira a se protegerem.
Sempre que a cotação dispara
as empresas tendem a fazer
"hedge" cambial -operações
financeiras que as protegem
contra as oscilações no câmbio.
Quando a cotação apresenta
queda, isso também pode
acontecer, pois as empresas
aproveitam para comprar a
moeda mais barata. Assim,
quando a cotação subir novamente, ela não precisará fechar
mais contratos, pois já tinha estoque considerável contratado
a preço vantajoso.
Não há, porém, movimentos
que indicam maior interesse
das empresas em fechar contratos de "swap", os mais usados por companhias para fugir
das oscilações do câmbio.
Dados da Cetip (Central de
Custódia e Liquidação Financeira de Títulos), que registra
os contratos de "swap" no país,
revelam que, de 1º de janeiro a
16 de janeiro, o total de operações foi o menor, em volume,
desde 2000.
Segundo a Cetip, isso acontece porque há empresas que se
protegeram antes, logo após a
disparada da cotação, em meados do ano passado. Isso porque temiam uma escalada ainda maior do dólar.
"Está tudo muito tranquilo.
O brasileiro ainda não se acostumou a fechar contratos de
"hedge" quando a cotação cai",
diz Milton Milton Eggers, da
diretoria internacional do banco Votorantim.
Além disso, mesmo com a recente queda na cotação do dólar (de 4,5% de 31 de dezembro
até sexta-feira), a moeda voltou
a subir na semana passada por
fatores como a iminência de
uma guerra contra o Iraque. Isso dá ao mercado a certeza de
que a cotação está longe de se
estabilizar.
No banco Votorantim, por
exemplo, foram captados há
cerca de dez dias US$ 150 milhões, que poderiam, entre outras coisas, ser destinados para
operações de "hedge" cambial.
Até o momento, a demanda
está fraca. A razão: empresas
acreditam que, mesmo após a
recente subida da moeda, o dólar cairá mais. Com isso, seria
interessante aguardar antes de
fechar novos contratos.
Uma das saídas comuns têm
sido contratar "hedge" fora do
país, operação feita por multinacionais ou empresas brasileiras com escritórios lá fora, como confirmou, em dezembro,
bancos como o Deutsche Bank.
Como essa operação aumentou, pode ser razoável pensar
que a redução nos contratos
dentro do país ocorra como reflexo dessa medida, dizem os
analistas de câmbio.
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