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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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Cai procura por proteção contra oscilação cambial

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar mais barato do que aquele vendido poucos meses atrás não anima as empresas com obrigações em moeda estrangeira a se protegerem.
Sempre que a cotação dispara as empresas tendem a fazer "hedge" cambial -operações financeiras que as protegem contra as oscilações no câmbio.
Quando a cotação apresenta queda, isso também pode acontecer, pois as empresas aproveitam para comprar a moeda mais barata. Assim, quando a cotação subir novamente, ela não precisará fechar mais contratos, pois já tinha estoque considerável contratado a preço vantajoso.
Não há, porém, movimentos que indicam maior interesse das empresas em fechar contratos de "swap", os mais usados por companhias para fugir das oscilações do câmbio.
Dados da Cetip (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos), que registra os contratos de "swap" no país, revelam que, de 1º de janeiro a 16 de janeiro, o total de operações foi o menor, em volume, desde 2000.
Segundo a Cetip, isso acontece porque há empresas que se protegeram antes, logo após a disparada da cotação, em meados do ano passado. Isso porque temiam uma escalada ainda maior do dólar.
"Está tudo muito tranquilo. O brasileiro ainda não se acostumou a fechar contratos de "hedge" quando a cotação cai", diz Milton Milton Eggers, da diretoria internacional do banco Votorantim.
Além disso, mesmo com a recente queda na cotação do dólar (de 4,5% de 31 de dezembro até sexta-feira), a moeda voltou a subir na semana passada por fatores como a iminência de uma guerra contra o Iraque. Isso dá ao mercado a certeza de que a cotação está longe de se estabilizar.
No banco Votorantim, por exemplo, foram captados há cerca de dez dias US$ 150 milhões, que poderiam, entre outras coisas, ser destinados para operações de "hedge" cambial.
Até o momento, a demanda está fraca. A razão: empresas acreditam que, mesmo após a recente subida da moeda, o dólar cairá mais. Com isso, seria interessante aguardar antes de fechar novos contratos.
Uma das saídas comuns têm sido contratar "hedge" fora do país, operação feita por multinacionais ou empresas brasileiras com escritórios lá fora, como confirmou, em dezembro, bancos como o Deutsche Bank.
Como essa operação aumentou, pode ser razoável pensar que a redução nos contratos dentro do país ocorra como reflexo dessa medida, dizem os analistas de câmbio.


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