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PREÇOS
Setor compensa recuo da estimativa para a educação
Alta no transporte público em SP deve empurrar inflação para cima
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A educação, líder de pressão nas
taxas de inflação nos meses de janeiro, continua com tendência de
reajustes bem abaixo do previsto.
A Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas) refez as
contas e agora prevê alta de 7%
nas mensalidades escolares deste
mês. A taxa prevista no início do
mês era de 10%.
Essa pressão menor do setor de
educação poderia reduzir a inflação do mês, mas isso não deverá
ocorrer. Um novo foco de pressão
chega ao índice: o setor de transportes. As novas estimativas da
Fipe indicam que a inflação de janeiro deverá superar o 0,6% previsto anteriormente.
E a pressão do setor de transporte apenas começou. Foram
reajustadas as passagens de metrô, trem, integração e ônibus intermunicipais. As passagens de
ônibus, o item de maior peso, ainda não foram alteradas. Quando
isso ocorrer, a inflação dará um
salto no período.
Hoje em R$ 1,70, se for reajustada para R$ 1,90 (para facilitar o
troco), só a passagem provocaria
inflação de 0,5% em 30 dias. Ou
seja, 75% do 0,67% divulgado ontem pela Fipe para os últimos 30
dias e que inclui 525 itens. Nos
cálculos da Fipe, de cada R$ 100
gastos pelos paulistanos por mês,
pelo menos R$ 4 são com passagens de ônibus.
Paulo Picchetti, coordenador
do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, diz que a inflação
continua sendo afetada por poucos itens. Neste mês, o foco sai da
gasolina e passa para educação e
transportes. Em fevereiro, é a vez
de imposto predial (IPTU), licenciamento de carros (IPVA) e continuidade da pressão do setor de
transportes.
Sem pressão
Apesar da taxa elevada deste início de ano, Picchetti afirma que
não há pressão inflacionária. Ele
cita o exemplo do setor de educação que, por falta de renda da população, deverá ser reajustado
com percentuais inferiores aos
que o setor previa.
Mesmo sem pressão acentuada
na inflação, Picchetti diz que o
Banco Central deverá continuar
com a política de reajuste nas taxas de juro. O BC toma como base, as expectativas inflacionárias
-que continuam elevadas para o
patamar das metas- e a capacidade de produção das indústrias
-que seria inferior à demanda se
a pressão de vendas continuar.
O economista da Fipe diz que
está havendo recomposição das
vendas na indústria e recuperação
no comércio, mas sem grandes
acelerações. Ele diz que o importante agora é ver a mensagem que
o Banco Central vai passar na próxima ata. Essa ata vai mostrar as
discussões de ontem dos membros do Copom (Comitê de Política Monetária). Por ela dá para saber se a elevação dos juros continua ou não, acrescenta.
Alimentação
Os alimentos continuam segurando a taxa de inflação. Das oito
principais quedas dos últimos 30
dias, apenas uma não é desse setor. O arroz lidera as quedas, seguido de limão, o campeão de altas no ano passado.
Um importante recuo é o do
óleo de soja, que passou a custar
2,4% a menos para os paulistanos
nos últimos meses. A queda nos
preços da soja no mercado internacional ajudou a derrubar os
preços do óleo no mercado interno.
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