|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo já admite promover ajustes no PAC após anúncio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após meses de adiamentos, o
governo federal lança o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) depois de amanhã, mas já admite que poderá
fazer ajustes nas medidas que
serão anunciadas.
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que as normas "fundamentais" do plano não sofrerão
alterações, mas que todo o resto está sujeito a mudanças.
"O PAC tem medidas de curto, médio e longo curso. As medidas fundamentais que o PAC
apresenta não serão transformadas. Agora, adequação do
processo de aprovação de medidas que eventualmente precisem do Legislativo, de modificação de normas, de dosagem
em relação a questões relacionadas com recursos, tudo isso
aí pode ser ajustado. O que não
pode ser ajustado é o seu centro
programático", respondeu Tarso, quando questionado se pode haver mudanças decorrentes de reclamações dos aliados.
A principal preocupação do
governo é que sua base no Congresso Nacional esteja unida
para votar as medidas que serão necessárias para a concretização do PAC.
A maioria das mudanças será
por medida provisória ou projeto de lei. Não haverá nenhuma nova medida que necessite
de alteração constitucional,
além das já previstas -prorrogação da DRU (Desvinculação
dos Recursos da União) e da
CPMF (contribuição sobre movimentações financeiras).
A razão de o governo ter evitado medidas que precisem de
alteração constitucional é simples: elas precisam ser aprovadas por dois terços dos deputados e senadores, enquanto projetos de lei necessitam de um
quórum menor.
Tarso aposta tudo na união
da base aliada para que o PAC
deixe de ser apenas um anúncio
de medidas e se transforme em
mudanças concretas para estimular a economia do país, que
patina há duas décadas. "A coalizão está fundada no PAC. Se o
PAC for rejeitado pela maioria
dos partidos da coalizão, é porque nossa questão programática não está adequada. O PAC é o
centro concreto da coalizão",
afirmou o ministro.
As medidas já estão todas fechadas para o lançamento na
segunda-feira, mas o presidente e seus principais ministros
ainda se reúnem uma vez mais
amanhã à tarde, em Brasília,
para tratar de detalhes do plano
e de seu anúncio. Para isso, Lula antecipou para hoje sua volta
a Brasília, que seria apenas
amanhã, segundo Tarso.
(PEDRO DIAS LEITE)
Texto Anterior: Investimento público será alvo de cortes Próximo Texto: Fundo do FGTS poderá ser aberto ao trabalhador Índice
|