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Itália prende mais três por espionagem
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais três pessoas ligadas à
Telecom Italia foram presas
ontem em Milão, acusadas
de formação de quadrilha e
de espionagem. Assim, cerca
de 30 acusados estão detidos.
Entre eles está Fabio
Ghioni, vice-diretor de Segurança da operadora e especialista em informática.
O Ministério Público de
Milão descobriu que Ghioni
teria ordenado, em 2004,
ataques ao computador de
jornalistas e colaboradores
do "Corriere Della Sera", um
dos mais importantes diários
da Itália.
O ex-diretor de Segurança
da Telecom Italia Giuliano
Tavaroli também foi acusado
de participar dessas interceptações. Ele está preso
desde setembro do ano passado.
Conforme a imprensa italiana, três ataques foram
identificados pelos procuradores. O primeiro foi feito a
partir de Roma; o segundo,
da Suíça, e o terceiro veio do
Brasil. O computador usado
pelos criminosos, noticiaram os jornais italianos, pertencia à Embratel.
A principal testemunha do
Ministério Público italiano é
Marco Bernardini, ex-detetive que colaborava com a Telecom Italia até entrar em
programa de delação premiada. Por meio de seu advogado, Vincenzo Carosi, Bernardini confirmou à Folha
que Ghioni comandou uma
série de ações criminosas na
área de tecnologia, a mando
de Tavaroli. Ghioni e sua
equipe, denominada "Tiger
Team", teriam agido também no Rio de Janeiro.
A exemplo do que havia falado aos procuradores e ao
"Corriere della Sera", Bernardini afirmou que Ghioni
fez parte da "Operação Kappa", levada a cabo em 2004
pela Telecom Italia para acabar com as investigações que
a Kroll fazia no Brasil sobre
supostos pagamentos irregulares a políticos, servidores públicos e colaboradores.
A versão do ex-detetive é
que Ghioni teria adulterado
dados de um CD que continha informações sobre as
ações da Kroll. O material foi
entregue em meados de
2004 pela Telecom Itália à
Polícia Federal Brasileira.
Questionado sobre o assunto, Ghioni negou a manipulação.
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