São Paulo, terça, 20 de janeiro de 1998.



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Dívida externa de US$ 140 bi faz rupia perder 13% em um dia
Cinco bancos privados da Indonésia anunciam fusão

das agências internacionais

Cinco bancos privados da Indonésia anunciaram ontem uma fusão que vai somar ativos que devem ultrapassar os US$ 6,25 bilhões.
A fusão integra o pacote de medidas econômicas impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país, em troca de ajuda financeira de US$ 40 bilhões.
O Bank Internasional Indonesia (BII), um dos maiores do país, coordena sua própria fusão com o Bank Dagang Nasional Indonesia (BDNI) e outras três instituições financeiras de menor porte, o Bank Tiara Asia (BTIA), o Bank Sahid Gajah Perkasa e o Bank Rewa Rutji.
A nova instituição manterá o nome do BII e será a maior do país. Existe a possibilidade de um parceiro estrangeiro entrar no negócio.
"A fusão foi feita de acordo com as diretrizes do governo para acelerar as reformas do setor bancário e adaptá-lo à crescente globalização dos serviços financeiros", afirmou o presidente do BII, Indra Widjaja.
Estima-se que outras fusões e aquisições deverão ocorrer no sistema bancário do país.
O banco central da Indonésia planeja lançar medidas para pressionar novas fusões de bancos.
Em novembro do ano passado, 16 bancos foram fechados na Indonésia como parte do programa de recuperação econômica do país.
As dívidas do setor bancário indonésio, que possui cerca de 220 bancos, foram avaliadas em cerca de US$ 7,2 bilhões no ano passado.
Na última semana, a agência de avaliação de risco de crédito Standard & Poor's rebaixou notas atribuídas a 15 bancos do país.
Bolsas
A Bolsa de Jacarta reagiu favoravelmente ao anúncio da fusão e fechou com alta de 6,1%.
A rupia, a moeda local, no entanto, teve queda de 13% em relação ao dólar norte-americano.
Analistas afirmaram que a desvalorização da moeda indonésia ocorreu devido à preocupação em relação à dívida externa do país, de US$ 140 bilhões, segundo o governo.
O mercado teria reagido também a especulações a respeito da saúde financeira de outros bancos do país.
Outras Bolsas asiáticas registraram altas expressivas ontem em virtude de medidas anunciadas pelo governo japonês para recuperar a economia do país.
O índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, avançou 6,6%, e o índice Nikkei, de Tóquio (Japão), subiu 1,3%.
Em Seul (Coréia do Sul), as ações tiveram valorização de 6,6%. Em Bancoc, na Tailândia, houve alta de 10,9%.
A Bolsa de Kuala Lumpur (Malásia) fechou com ganhos de 9,1%, influenciada pela visita da delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos EUA na última semana.



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