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Dinheiro já fica mais caro para as empresas
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do governo de elevar
os juros deve fazer disparar, de
forma imediata, o custo dos empréstimos para as empresas. As
companhias no Brasil já pagam
uma taxa muito acima dos juros
básicos do Banco Central. Agora,
vão pagar ainda mais: até ontem,
a taxa média de um empréstimo
pago ao banco por uma empresa
estava em 75,72%, ao ano. A partir de hoje, essa taxa passa para
77,14%.
As diversas linhas de crédito
usadas pelo setor privado sofrerão impacto com a subida na taxa
Selic. Por exemplo: para a obtenção de capital de giro, uma empresa paga agora, após a alta da
Selic anunciada ontem, juros de
63,65% ao ano. Antes da elevação
anunciada pelo Banco Central, a
taxa estava em 62,33%, informa a
Anefac, entidade da área de finanças que realiza a pesquisa.
Outra operação simples, de desconto de duplicata, também ficou
mais cara. A taxa anual paga pelas
empresas brasileiras passou de
64,40% para 65,73% ao ano.
Pelas contas da entidade, é mais
interessante tentar captar recursos no exterior, mas a questão está
na disponibilidade de linhas às
empresas brasileiras. No final de
2002, algumas companhias de
grande porte conseguiram fazer
novas captações. Mas ainda há dificuldades em conseguir recursos.
E pior do que isso: nesses empréstimos no exterior, é preciso arcar
com o câmbio.
"É possível conseguir linhas no
exterior com taxas de 6% a 10% ao
ano, mais a variação cambial. A
subida na cotação do dólar, entretanto, pressiona esse empréstimo", diz Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac.
Para o consumidor, os novos juros pesam também. Para comprar
uma geladeira de R$ 800, em 12
vezes, pagava-se 98,90 por mês
antes da elevação da Selic. Agora,
pagam-se R$ 99,28.
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