DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alta dos juros decidida ontem deve ter um impacto potencial de aproximadamente R$ 4 bilhões na dívida do governo federal. Esse será o efeito sobre o endividamento caso a nova taxa Selic, de 26,5% ao ano, seja mantida pelos próximos 12 meses.
Dos títulos emitidos pelo governo que circulam hoje no mercado, 62,4% -ou R$ 397,5 bilhões- são corrigidos pela taxa Selic. É essa a parcela da dívida pública federal afetada pelos aumentos de juros promovidos pelo BC.
Os maiores beneficiados pela medida são aqueles que investem em títulos públicos -bancos e fundos de investimento, em sua maioria. Quanto mais alta a Selic, mais rendem os papéis.
Em contrapartida, maiores são os gastos do governo. No ano passado, o setor público (União, Estados, municípios e estatais) gastou R$ 114 bilhões no pagamento de juros da dívida.
O impacto da alta dos juros decidida ontem equivale a quase a metade do esforço fiscal adicional que o governo pretende fazer neste ano. No início do mês, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) anunciou o aumento da meta de superávit primário, de R$ 60 bilhões para R$ 68 bilhões.


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