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CONCORRÊNCIA
Cinco maiores companhias do setor de gás industrial e medicinal do país são investigadas por suposto cartel
SDE abre processo contra empresas de gás
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A SDE (Secretaria de Direito
Econômico) vai abrir processo
administrativo contra as cinco
maiores empresas do setor de gás
industrial e medicinal do país para investigar um suposto cartel.
Somente no ano passado, o provável esquema pode ter causado
um prejuízo de até R$ 1,2 bilhão a
empresas e órgãos públicos.
As empresas investigadas são:
White Martins, Air Liquide Brasil,
Indústria Brasileira de Gases, Air
Products e Aga S.A. Juntas, elas
detêm 99% do mercado de gás industrial e medicinal. Segundo a
secretaria, o suposto cartel atua
nacional e internacionalmente.
Se for comprovada a existência
do cartel, as empresas podem ser
multadas em até 30% de seu faturamento, que chegou a R$ 2,4 bilhões em 2003. Multa de 5% do faturamento das empresas também
pode ser aplicada aos executivos
envolvidos no cartel.
Além disso, os integrantes do
esquema podem ser processados
criminalmente e, caso sejam condenados, podem ter de cumprir
pena de reclusão de três a cinco
anos. "O cenário é grave, mas vamos evitar condenações prévias",
declarou o secretário de Direito
Econômico, Daniel Goldberg.
Desde dezembro do ano passado, o Ministério Público do Estado de São Paulo tem atuado como
parceiro da SDE na investigação.
No setor público, as empresas
supostamente determinavam
qual seria a ganhadora em licitações realizadas por hospitais e secretarias de saúde para compra de
gás carbônico e oxigênio e nitrogênio líquido. A que se recusasse a
participar da concorrência era vetada em novas licitações.
No mercado privado, há indícios de que as empresas dividiam
mercado e combinavam preço.
Outro lado
Quatro empresas investigadas
informaram desconhecer o teor
do inquérito e que vão colaborar
com as investigações.
Por meio de nota oficial, a Air
Liquide Brasil informou que irá
apoiar integralmente o poder público na apuração dos fatos e iniciou uma averiguação interna.
Também em nota, a White Martins informou que ainda está apurando o conteúdo das acusações.
"A empresa declara desde já o seu
incondicional respeito às leis do
país, manifestada ao longo de
seus mais de 90 anos de atuação".
A assessoria de imprensa da
Aga informou que a empresa desconhece o teor das investigações e
que seu departamento jurídico
está tomando as providências cabíveis. O gerente comercial da Air
Products, Vitor Andrade Peres,
disse que a empresa não participa
de nenhum tipo de cartel.
A Folha não conseguiu localizar
ontem representantes da IBG (Indústria Brasileira de Gases) para
comentar o assunto.
Com a Folha Campinas
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